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Os servidores reivindicam recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, visto que estão sob um déficit inflacionário em seus salários desde o golpe institucional de 2016 os servidores pedem também reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes.
Também querem a revogação de “todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro”, bem como a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.

O governo Lula vai convocar nesta semana uma reunião extraordinária da mesa de negociação salarial na tentativa de conter o movimento de greve crescente destes setores. Os servidores rejeitaram proposta da ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação) de aumento dos valores dos benefícios de auxílio-alimentação, creche e saúde em 2024, que inclui ainda a promessa de reajuste salarial de 4,5% em 2025 e 2026, alegando que para este ano seria impossível por não haver “espaço fiscal”.

Esta mesa é o principal fórum de negociação do governo e tem 20 representantes indicados por mais de 40 entidades representativas das carreiras do funcionalismo, é uma tentativa de acabar com a greve, que há quase um mês ganha cada vez mais fôlego.

Dizendo não ao acordo de Dweck, o sindicato pede reajuste para este mês, ao invés de para os próximos anos. A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos não quer, alegando que só haverá reajuste depois de assinado um acordo. Professores do ensino superior federal aprovaram indicativo de greve a partir de 15 de abril.

É preciso apontar que, em relação ao governo Bolsonaro e Temer, o governo de frente ampla de Lula-Alckmin não se propõe a revogar a reforma trabalhista ou da previdência, que aprofundam o nível de precarização do trabalho e da vida. Tampouco reverteu os cortes bilionários que ameaçavam o fechamento de grandes universidades federais, como é o caso da UFRJ. Além disso, o governo de Lula-Alckmin também é responsável pelo arcabouço fiscal, que limita gastos de serviços públicos essenciais, afetando diretamente o reajuste salarial dos servidores públicos, tal como está ocorrendo agora.

É urgente expressarmos todo apoio à greve dos trabalhadores das universidades federais, pois é esse setor que sustenta as universidades. É necessário que os estudantes se unifiquem aos trabalhadores e fortaleçam a greve nas agora 360 universidades e institutos federais, para isso é fundamental que as entidades estudantis, UNE e grandes centrais sindicais, como CUT e CTB, cerquem de solidariedade essa greve nacional e fortaleçam a mobilização dos trabalhadores grevistas.