Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT e senadora, fez uma série de declarações sobre o programa de governo do PT para a campanha presidencial. Segundo Gleisi Hoffmann, o programa petista para as eleições presidenciais de 2018 conversam "com o povo", e não com o mercado financeiro. Pura demagogia para estampar manchetes, mas na frase seguinte ela explica tudo: "o nosso pressuposto é sempre ter responsabilidade fiscal com responsabilidade social. Nós já governamos o País. Todo mundo sabe como trabalhamos as contas públicas e nós temos que falar com o povo, e não com o mercado", disse Gleisi.

É completamente falso que não governariam para os empresários, tomam como sua regra de ouro a responsabilidade fiscal. E isso só pode significar uma coisa em tempos de crise: cortes na saúde, na educação e reforma da previdência.

O primeiro ponto de desmascara a falsa afirmação de Gleisi é o pagamento fiel da dívida pública: em 13 anos o governo Lula e Dilma entregaram juntos cerca de R$13 trilhões de reais para o imperialismo. A dívida pública é um dos mais importantes mecanismos de saque das riquezas nacionais e de subordinação do país aos mercados internacionais.

Não só foram religiosos pagantes desta dívida ilegal, fraudulenta e ilegítima, como também em sua declaração Gleisi menciona a lei de Responsabilidade Fiscal, que na prática, é uma forma legítima garantida pela constituição de obrigar que 40% do orçamento dos estados seja destinado ao pagamento desta dívida e que se imponha cortes no orçamento federal para garantir o mesmo pagamento. Ou seja, Gleisi deixa claro que o governo petista seguirá sob as rédeas do imperialismo e do mercado financeiro, respeitando a lei que retira verba da saúde e da educação para entregar aos banqueiros dono dessa dívida.

O plano petista tenta reeditar a "era lulista" propondo intensificar a oferta de "crédito barato" a famílias e empresas e fazer uma reforma tributária que promova justiça fiscal. Entretanto, esse projeto velho com uma cara nova é incapaz de ser colocado em prática nos marcos da atual crise capitalista: o governo Lula fez com que bancos nunca lucrassem tanto e foi capaz de dar pequenas concessões à classe trabalhadora uma vez que a América Latina como um todo passava por um "boom econômico" e mesmo em meio a este boom ele fez com que os bancos lucrassem como nunca com os juros da dívida. Em meio à crise capitalista e com as constantes pressões do imperialismo para explorar ainda mais países, o próximo governo que assumir pode enfrentar uma forte crise fiscal, tendo que aplicar reformas ainda mais duras que Temer foi capaz.

Além disso, Gleisi afirmou que o governo petista se proporá a desfazer as privatizações de Temer e revogar a reforma Trabalhista. Se numa situação excepcional não desfizeram nenhuma privatização, pelo contrário começaram a entregar o pré-sal, portos e aeroportos, nunca fariam isso agora. A reforma trabalhista existe graças ao PT e especialmente pela CUT, central sindical dirigida pelo PT, que traiu a greve geral permitindo que esta medida fosse aprovada sem contar sequer com resistência.

O discurso de Gleisi é claro, muita demogagia do que faria para os trabalhadores mas um claro sinal ao "mercado", a primeira preocupação do PT é responsabilidade fiscal, então se preparam tal como Alckmin, Ciro, Bolsonaro, para atacar os trabalhadores.