No programa da GNT Papo de Segunda, Carol Solberg, jogadora de vôlei recentemente advertida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, disse que se sente censurada pela decisão do tribunal e de que irá recorrer:

"Não (se sentiu aliviada com apenas uma advertência). Alívio de jeito nenhum. Por tudo que está acontecendo nesse país, esses absurdos todos. Então eu acho uma loucura, de alguém dizer o que posso e o que eu não posso. É isso, vou recorrer, não concordo com essa decisão. Acho que me sinto no direito quando tô dando uma entrevista, é o momento onde eu tenho voz. Eu acho que tenho que poder falar o que eu quiser, sim".

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Além disso, Carol voltou a expressar sua indignação contra o governo reacionário de Bolsonaro, colocando que são questões que extravasam a política, "são questões de direitos humanos".

"Olha, eu acho que o atleta tem que poder falar o que ele quiser, essa é a minha opinião. Não tem nem como ficar negociando, posso falar até ali, até aqui. Eu acho que eu não fiz, eu não usei aquela entrevista como palanque. Não é política, são questões de direitos humanos, vai para outro lugar. É uma indignação, eu sou uma cidadã, como outro qualquer. Quero estar numa entrevista e me sentir à vontade, falar o que eu quiser, o que eu acredito".

Fabio Porchat, apresentador do programa, ainda conseguiu através de uma brincadeira fazer Carol pronunciar as palavras que a justiça autoritária do país a proibiu de proferir. O humorista questionou Carol sobre o que ele precisaria falar se tivesse um filho chamado Bolsonaro dentro de casa e ele quisesse que o garoto saísse para o lado de fora. Carol, em tom de brincadeira, respondeu: "Fora, Bolsonaro".

Manifestamos nosso apoio a atleta e declaramos que estamos lado a lado com ela, no combate ao autoritarismo judiciário que deseja calar as vozes de resistência.

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