Na última quinta-feira (15), aeronautas aprovaram a greve por unanimidade, com início neste segunda-feira. Limitados judicialmente em suas ações de protesto, a categoria reivindica a recomposição salarial frente as perdas da pandemia, exigem também um limite de espera dos tripulantes entre um voo e outro, de 3 horas durante o dia e duas horas no período da noite.

A empresa trata isso como “mera formalidade”, mas o tempo de espera dos tripulantes em solo só beneficia os lucros das empresas, visto que as folgas acabam por muitas vezes não sendo respeitadas, etc.

Durante toda a pandemia, os aeronautas seguiram trabalhando sem parar, sendo expostos à Covid, além de sofrerem demissões, redução de salários e jornadas, congelamento dos salários possíveis graças às reformas e medidas do Governo Bolsonaro. O que as companhias aéreas buscam seguir fazendo é aumentar suas taxas de lucro em cima da precarização das condições de trabalho dos funcionários.

Frente ao controle arbitrário da Justiça com a quantidade de aeronautas que podem parar suas atividades, numa tentativa de repreender a categoria e impedir o desenvolvimento de sua luta, as paralisações e atividades ocorreram das 6h às 8h.

Tal intervenção autoritária da Justiça já ocorreu outras vezes nesta e em outras categorias que trabalham com a circulação de pessoas e mercadorias, como metroviários. Consideradas "essenciais", justamente pela sua enorme importância, a Justiça busca manter sob seu controle a ação dos aeronautas.

O Esquerda Diário buscou cobrir a greve e marcar sua solidariedade com a luta dos trabalhadores:

Essas mesmas empresas, que não pararam de lucrar na pandemia, agora voltaram a ter aviões cheios como antes, lucrando ainda mais, assim como pelo aumento do preço das passagens, que subiram acima da inflação em 2022, e pelo aumento do preço do petróleo.

A greve e a mobilização mostram o caminho e disposição de luta dos trabalhadores para combater os ataques patronais, que no governo Bolsonaro apenas se aprofundaram, exemplos são a reforma trabalhista, aprovada por Temer em 2017, e da previdência, imposta por Bolsonaro. É o mínimo que tenham seus salários reajustados de acordo com a inflação e sem a perda de nenhum direito.

A Juventude Faísca Revolucionária esteve presente para prestar solidariedade à greve.

As centrais sindicais como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, precisam organizar a luta dos trabalhadores pela base com assembleias, inclusive batalhando pela unidade com outras categorias de trabalhadores que também estão sofrendo diversos ataques, de forma independente do novo governo eleito, lutando pela revogação da reforma trabalhista.

Os aeronautas são uma categoria nacional e estratégica e têm uma enorme força e potencial para impactar demais setores, mostrando que não vão deixar suas vidas serem precarizadas para manter os lucros dos patrões. Uma só classe, uma só luta!

Todo apoio à greve dos aeronautas!