Recife é a capital com o maior déficit habitacional do país. A cada chuva, vemos não apenas mortos em deslizamentos e alagamentos, mas também várias famílias que perdem sua casa e seus poucos pertences. Para piorar a situação, os aluguéis aumentam cada vez mais, com a especulação imobiliárias invadindo até mesmos bairros populares. Por outro lado, vemos tanto a governadora como os prefeitos da região metropolitana não entregando praticamente nenhuma moradia popular, enquanto patrocinam o lucro das construtoras e dos grandes donos de imóveis, que lucram com a nossa miséria.

Frente a esse cenário, cerca de 300 famílias ocuparam um terreno no Engenho do Meio que pertencia a UFPE, que até então, estava abandonado há mais de 30 anos. Mesmo tendo uma função social ao terreno, a reitoria da UFPE entrou com reintegração de posse, e ação de despejo está marcada para o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Não satisfeita em lotear a Universidade à iniciativa privada, como por exemplo, terceirizando o RU para a empresa General Goods - resultando no caso de mais de 1300 estudantes intoxicados, além de denúncias de violações trabalhistas, por responsabilidade direta da empresa e da reitoria - agora quer também deixar 300 famílias diretamente na rua.

Nós da Faísca repudiamos essa ação autoritária da reitoria e nos solidarizamos com os moradores da ocupação. Acreditamos que é dever de todo o movimento estudantil se mobilizar contra esse absurdo!