No mesmo dia da suposta agressão, o mesmo Jair Bolsonaro, que votou pelo impeachment, homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o primeiro militar brasileiro reconhecido oficialmente como torturador e assassino (leia mais).

A origem desse processo vem de seis representações levadas à Corregedoria da Casa, sendo duas delas do ator Alexandre Frota, estuprador confesso e, assim como a “vítima” do cuspe, apoiador do golpe (sobre o assunto). A Mesa Diretora aceitou e encaminhou as representações sugerindo uma punição ao Jean Wyllys suspendendo seu mandato parlamentar por até seis meses. A partir disso, o Conselho de Ética vai arquivar ou dar continuidade ao processo.

Jean já foi processado ano passado pelo João Rodrigues (PSD-SC). Em sua representação, Rodrigues se sentiu “ofendido” quanto o deputado do PSOL o acusou de roubar dinheiro público. O processo foi arquivado por unanimidade e considerado uma ação de censura às palavras de Wyllys.

Em um momento de avanço da velha direita no parlamento, fica cada vez mais nítido qual a ética a Câmara dos Deputados quer construir, onde um cuspe é inadmissível, mas saudar um militar responsável pela tortura pelo menos 500 pessoas e o assassinato de 50 é aceitável, já que aquele que denunciou, Frota, é um estuprador e defensor de projetos como o “Escola Sem Partido”.