A Batalha do Coliseu acontece semanalmente no Setor 2 da UFRN, como um dos únicos espaços de vivência e cultura regulares dentro da universidade. Na noite de ontem, ela foi proibida pela Reitoria, que argumentou que a batalha atrairia "gente de fora da universidade" para dentro do campus, um argumento evidentemente racista e elitista, vindo da estrutura de poder que garante que a UFRN siga fechada para a imensa maioria da juventude e da população.

A Batalha de ontem definiu a Pré-Seletiva da Liga Nordestina, vaga conquistada por Rei G. E apesar da proibição, concentrou mais de 50 pessoas em frente à livraria do Centro de Convivência.

Nós do Esquerda Diário repudiamos a declaração da Reitoria, que novamente destila ódio à juventude pobre e negra declarando que a quer fora da um espaço que deveria ser público. A mesma reitoria que nem ao menos se pronuncia contrária ao projeto privatista Future-se, administrando os ataques de Bolsonaro e Weintraub na UFRN.

Por isso o ataque a vivência dentro da universidade, seu projeto é uma universidade cada vez mais elitizada, sem que a juventude trabalhadora possa usufruir do mínimo que existe nela, já que não tem direito ao conhecimento produzido na UFRN. Uma política que esvazia os espaços da universidade e agrava a insegurança dentro do campus.

No ano passado, vivemos como fez estudantes passarem fome ao atrasar o pagamento dos auxílios-alimentação. O movimento estudantil precisa defender os espaços de vivência, a Batalha do Coliseu e se organizar independentemente da estrutura de poder da universidade, que ao passo que garante salários de dezenas de milhares para os altos cargos, mantém a universidade fechada para a ampla maioria da população e assiste os estudantes filhos da classe trabalhadora passarem necessidades.

Ao final da batalha, os presentes gravaram um vídeo em apoio à greve dos petroleiros. Uma das organizadoras, G., comentou "É uma mesma classe sendo atacada, temos que nos defender!"