Foto tirada do Conselho de Moradoras e Moradores da UFF de Niterói com chamados a órgãos da Reitoria a não se omitirem.

Uma série de denúncias de assédio foram feitas por trabalhadoras e estudantes da Moradia Estudantil (ME). A maioria das denúncias veio à tona quando em abril deste ano, trabalhadoras terceirizadas denunciaram um morador da Moradia Estudantil. A audiência do caso que está marcada para esta quarta-feira (29/09), às 9 horas na Reitoria, é fruto da mobilização das estudantes que, através de assembleia, deram visibilidade e proporção ao caso que até então era tratado com panos quentes pela Reitoria.

A partir da assembleia foram tiradas uma série de resoluções práticas que buscam dar uma resposta à situação, como redes de apoio entre as moradoras e trabalhadoras da ME e propostas para combater o assédio. Na assembleia também foi votado o afastamento preventivo do morador como medida de segurança para as moradoras, o que deveria ser de responsabilidade do Conselho de Moradores, mas foi ignorado pela Reitoria. A resposta absurda dada às moradoras por parte da reitoria foi que a assembleia era predominantemente feminina, e que "precipitou-se uma situação de conflito envolvendo alguns residentes" e "a situação saiu do controle de maneira bastante preocupante".

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Um abaixo-assinado respaldado por mais de 50 moradoras, além de cartazes e faixas questionando o silêncio dos órgãos da Reitoria, não foram suficientes para a própria Reitoria reconhecer a autonomia da Diretoria de Divisão da Moradia Estudantil e afastar temporariamente o morador. Na prática, o que a Reitoria vem permitindo é que moradoras e trabalhadoras da Moradia Estudantil tenham que se encontrar diariamente com o seu assediador, ignorando o pedido pela sua transferência. Quando colocada a prova, a Reitoria já mostrou que não está do lado dos estudantes e dos trabalhadores,
assim como quando excluiu a entrada de alunos através de novas chamadas do SISU. Além disso, o DCE segue cumprindo o papel de “satélite” da Reitoria e não coloca sua capacidade de mobilização à serviço das trabalhadoras e estudantes.

Foto tirada do Conselho de Moradoras e Moradores da UFF de Niterói que mostra os cartazes nos corredores da Moradia Estudantil

As trabalhadoras terceirizadas por natureza vivem uma situação de instabilidade no emprego, e em situações como essas, o medo do desemprego pode pressionar essas trabalhadoras a não levarem suas denúncias até o final. Por isso, é fundamental que os estudantes, professores e trabalhadores efetivos deem essa batalha em conjunto com as terceirizadas e as moradoras da Moradia Estudantil. Para a audiência marcada amanhã (29/09) às 9 horas na Reitoria, está sendo convocada a presença dos estudantes para pressionar a Reitoria e se solidarizar com a batalha das trabalhadoras e estudantes que, organizadas em assembleia, estão conseguindo levar sua luta contra o assédio na Moradia Estudantil adiante.

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