Rogério Chequer, em entrevista exclusiva à Jovem Pan, disse que as notícias sobre os políticos envolvidos são mais um ’’desenvolvimento não esperado’’, e que, conforme aparecem mais informações, o que é ’’rumor vai se confirmando’’. Porém Chequer, acredita que é preciso ’’controlar a emoção, controlar as reações e a indignação. De acordo com o líder do Movimento Vem Pra Rua é preciso ter lucidez para saber o que fazer daqui para frente “A gente tem que tomar cuidado para não acusar precocemente os nomes que aparecem na imprensa. Não podemos pegar todos os nomes e colocar nas mesmas listas. É preciso ter a lucidez para saber o que se fazer em cada caso”.

Na opinião de Rogério Chequer, a reação inicial da sociedade não é ter paciência diante de tais fatos, mas afirmou que está agindo. Em suas palavras “na contramão para forçar a reflexão que reações não são as mais prudentes para o futuro do País. Não dá para não se indignar, mas a reflexão é pegar essa energia e ver o que podemos fazer para melhorar da próxima vez”.

Chequer também disse que é preciso saber o conteúdo das acusações e selecionar o nível de gravidade do que aparece. Em suas palavras “Concentrar toda a estrutura, a forma problemática de fazer política no presidente Michel Temer, não apenas é realidade como não vai ajudar o País a sair da crise”.

O líder do movimento Vem Pra Rua saiu em defesa de Michel Temer e atribuiu a responsabilidade também ao Judiciário e Legislativo. “As pessoas, ao pensarem em pedir a renúncia de Temer, não pensam que grande parte das coisas que ocorrem não cabe apenas ao Governo Federal, mas a maioria dos deputados e senadores”
Existem várias razões para que Rogério Chequer queira controlar a indignação da ’’população’’ com o vazamento das delações premiadas do ex-presidente das Relações Institucionais da Odebrecht. O primeiro motivo é que o Movimento Vem Pra Rua e Rogerio Chequer tem relações com o PSDB, um dos partidos que tiveram figuras importantes como Geraldo Alckmin e José Serra citados pela delação de Melo. Portanto está mais do que visível a intenção de Chequer em querer blindar os tucanos perante o avanço da Lava Jato a outros partidos da ordem.

Lembrando sempre que a Lava Jato não representa uma saída independente dos trabalhadores para a crise política que o Brasil está vivendo. A operação comandada por Sergio Moro, é uma ferramenta de setores imperialistas e da ’’elite nacional’’ para pressionar os governos a aplicarem os ataques contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade. É um instrumento que é capaz de derrubar presidentes, deputados, senadores e ministros e visa substituir um esquema de corrupção, por outros.

Além disso, o líder do Movimento Vem Pra Rua quer controlar a indignação da população com o vazamento da delação do ex-presidente de relações institucionais da Odebrecht, porque iria criar um cenário de instabilidade política que certamente atrapalharia a aplicação dos ataques que estão em curso e o que pode vir. Um movimento que questione o envolvimento destes políticos em escândalos de corrupção, poderia ser um passo para um questionamento maior das medidas impopulares que estão em curso.

Na verdade, o que Rogério Chequer tem mais medo é que se tenha um movimento que leve a um questionamento deste regime podre que favorece Chequer e a outros grandes empresários e banqueiros. Um movimento distinto das manifestações coxinhas que ocorreram neste ano, dirigidas por Chequer do VPR e Kim Kataguari do Movimento Brasil Livre. Algo que questione a podridão os políticos da ordem, mas que combata a operação Lava Jato.