Créditos da foto: G1.

Lucas Moreira de Souza, jovem negro de 26 anos, foi condenado injustamente por um crime que não cometeu e passou 2 anos na prisão, no Distrito Federal. Lucas chegou a ser condenado a 77 anos de cárcere por envolvimento em assaltos.

Na noite dessa segunda-feira (19), o jovem foi liberado. Um ônibus da penitenciária o deixou em um ponto de ônibus, em um horário que, em entrevista ao G1, Lucas afirmou que o transporte público não estava mais operando. Lucas caminhou por cerca de três horas até a rodoviária. A família foi buscá-lo na prisão no dia seguinte, pois não haviam sido informados de sua soltura no dia anterior.

O jovem contou também que era mantido em uma cela com 50 pessoas, que possuía espaço para apenas oito camas. Lucas tem um filho de 5 anos, que tinha apenas 2 anos quando ele foi preso: ’Perdi parte da infância do meu filho’. Lucas se revolta "Pelo fato de ser negro e morar na periferia, você já se torna um suspeito."

O caso de Lucas e de tantos outros escancara o papel da polícia de encarceramento em massa e assassinato do povo negro. Ainda nessa semana o neto do sambista Neguinho da Beija-Flor, Gabriel Ribeiro Marcondes, de 20 anos, foi brutalmente assassinado pela polícia enquanto organizava um baile funk.

O sistema capitalista se baseia no racismo para se manter, o Brasil possui mais de 800 mil presos, com a grande maioria de negros (65%), com menos da metade sem julgamento, ou seja, presos provisórios (40%) e submetidos a condições subumanas de vida, pouca ventilação, aglomerações, falta de limpeza, remédios e com alimentação de péssima qualidade. O Brasil fica em 3º lugar no ranking de países com maior número de detentos.

A política do encarceramento em massa é abertamente racista e revela o quanto o estado brasileiro reproduz essas práticas como um verdadeiro mecanismo aliado ao assassinato a juventude negra. Bolsonaro, Mourão e os militares engrossam essa política com o discurso de que “bandido bom é bandido morto”, enquanto aos criminosos de colarinho branco é reservado delação premiada, prisão domiciliar e todos os tipos de privilégios.