Durante a sessão da CPI, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) acusou Ricardo Barros de ter tido um enriquecimento de R$ 4 milhões durante o período em que foi ministro da saúde de Temer, entre 2016 e 2018. Neste período, chama atenção a aquisição de uma casa pelo então ministro, 15x o valor de seu patrimônio. Com bens declarados de R$ 1,8 milhão, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), adquiriu, em 2014, metade de um terreno de R$ 56 milhões na cidade de Marialva (PR), segundo documentos obtidos pela reportagem em cartórios.

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O nome de Barros foi citado diretamente pelo deputado Luís Miranda, que apresentou a denúncia de irregularidades na elaboração do contrato para a aquisição da Covaxin. Diversos indícios ligam o nome de Barros às suspeitas, Roberto Dias, diretor do Ministério da Saúde que foi afastado pelo envolvimento no caso, seria um nome indicado pelo deputado. Dias frequentava o apto de Barros e trabalhou com a esposa dele, Cida Borghettii, quando prefeita de Maringá. Abelardo Lupion indicou Dias ao Ministério e tem um apto no mesmo prédio de Barros.

Além disso, o dono da empresa que fez a intermediação da negociação, Francisco Maximiano da Precisa Medicamentos, também possui relações com Barros. O empresário é dono também da Global Gestão em Saúde, que já teve contratos com o governo federal. Durante a gestão do líder do governo no Ministério da Saúde (entre 2016 e 2018), a empresa vendeu, mas não entregou, remédios de alto custo à pasta, o que teria causado um prejuízo de R$ 2o milhões aos cofres públicos.