Imagem: Realidade da Favela

Durante confronto na zona norte, duas pessoas foram mortas pelo 9º BPM (Rocha Miranda), divisão da Polícia Militar de Cláudio Castro, no Rio, e uma ficou ferida e foi socorrida no Hospital Estadual Carlos Chagas. Segundo a Polícia Militar, o policiamento na região vai ser reforçado. Um vídeo que viralizou, mostrando um rio de sangue descendo pelas ruas do Morro do Fubá, é o tipo de barbaridade que os moradores das periferias brasileiras precisam encarar quase diariamente.

A última operação tinha como objetivo confrontar o tráfico da região, e apreendeu um total de dois fuzis, uma pistola e dois rádios transmissores em troca de duas vidas. A “guerra às drogas” é desculpa do Estado para colocar sua polícia violenta nas ruas e reprimir e assassinar a juventude negra, crianças, mães e trabalhadores das favelas. No fim de fevereiro, uma megaoperação das polícias Militar e Civil que invadiu mais de 10 favelas no Rio deixou 7 mortos, em mais uma ofensiva do governo do Estado e da cidade do Rio de Janeiro contra a população negra e periférica.

A Polícia Militar é resquício da Ditadura Militar no Brasil, que hoje tem aval pela Constituição para usar métodos de guerra em território nacional e assassinar trabalhadores com impunidade, comandados pelo bolsonarista Cláudio Castro (PL) no Rio, por Tarcísio (Republicanos) em São Paulo e por Jerônimo Rodrigues (PT) na Bahia, estados cuja polícia são as mais assassinas do país. Enquanto isso, o presidente Lula, em nome da frente ampla e da aliança com a direita e extrema direita, segue fortalecendo esses mesmos setores afirmando que não devemos remoer o passado, promovendo uma segunda anistia aos criminosos militares que assassinaram e torturaram milhares de pessoas durante a ditadura e que foram poupados pela Constituição de 1988.

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É preciso lutar contra a violência policial e as operações que deixam milhares de mortos e feridos todos os anos, entre eles jovens e crianças negras. Também é preciso lutar pelo fim de todas as polícias que, militarizadas ou não, são instituições do Estado para reprimir a classe trabalhadora e deixam vítimas nas favelas e periferias do país: a justiça pelas mortes das diversas vidas perdidas só serão arrancadas através da força e mobilização dos trabalhadores.