Desde o dia 10 de maio a comunidade Palimiú sofre com ação de garimpeiros armados na região do rio Iraricoera em Alto Alegre na região norte de Roraima. Com arco-e-flechas, paus e pedras o povo Yanomami tenta se defender contra as armas de fogo do garimpo ilegal. Após os indígenas construírem uma barreira sanitária para impedir a entrada do Covid-19 e delimitar a circulação dos garimpeiros estes realizaram disparos contra a aldeia, atingindo um homem de raspão na cabeça e segundo Dário Kopenawa, liderança indígena da comunidade Palimiú, duas crianças foram assassinadas por garimpeiros dia 15 de maio. O ministro Luís Roberto Barroso do STF determinou no fim de maio que o governo tomasse providências. Nessa segunda-feira (14) o Ministério da Justiça de Bolsonaro autorizou o uso da Força Nacional dentro do território indígena.

De acordo com o Ministério da Justiça a Força Nacional terá o objetivo de preservar a ordem pública, porém a questão que não quer calar é: irá expulsar os garimpeiros ou reprimir os indígenas que lutam para proteger seu território? No início de junho Bolsonaro esteve nas terras Yanomamis para inaugurar uma ponte que facilita o acesso dos garimpeiros ilegais. Claramente o garimpo ilegal tem hoje o apoio do presidente da república, o que coloca os povos indígenas já vulneráveis pela desnutrição e doenças como malária e verminose em uma situação de risco de morte ainda maior.

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A luta dos povos originários é também luta de classes, as mazelas sanitárias que sofrem com o garimpo ilegal é parte do mesmo sistema capitalista que descarrega a crise econômica sobre as costas da classe trabalhadora. É imprescindível batalhar desde cada local de trabalho e estudo para barrar o avanço desse governo genocida e de todo esse regime do golpe que impõe que paguemos com nossas vidas para garantir os lucros capitalistas. Nossas vidas valem mais que os lucros deles!

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