De acordo com o site da Folha, um ex-governador do PMDB, integrantes do PSDB, Rede e até do PT procuraram o ex-ministro Joaquim Barbosa para discutir a situação política que o país está enfrentando. No caso do PMDB foi oferecido ficha de filiação para Barbosa entrar para o partido.

Se definindo como ’’pessoa de centro-esquerda, um social democrata ao estilo europeu’’, Joaquim Barbosa afirma que ’’nem a esquerda nem a direita me conhecem’’. O ex-ministro também diz preferir se manter distante de partidos políticos. Apesar de afirmar que sempre foi uma pessoa de ’’opiniões fortes’’, se diz ao mesmo tempo avessa a partidos ou ’’assumir bandeira, fazer proselitismo’’.

O objetivo do ex-ministro é tentar de todas maneiras parecer neutro, fortalecendo uma imagem de que o poder judiciário não toma nenhuma posição ’’partidária’’ ou seja ’’não costuma fazer política, apenas fazer com que as leis sejam cumpridas’’. Ainda que Joaquim Barbosa tente passar uma imagem de que é uma figura pública que está por fora dos acordos sujos deste regime podre, o judiciário mais que nunca vem demonstrando ter lado na política e não é o dos trabalhadores.

Trata-se de uma instituição que está a serviço de setores dos grandes empresários e banqueiros do país. Enquanto esta instituição ataca os trabalhadores, acirrando a repressão contra os que lutam contra os ataques, assumindo papel de ajustadores encaminhando secretamente termos da reforma da previdência ou trabalhista, proibindo o direito dos funcionários públicos fazerem greve, aumentando seus próprios salários e congelando o dos trabalhares, querem, do alto de seus super-salários e privilégios mil, bancar os heróis da moral e integridade na falsa cruzada contra a corrupção.

Se já nos anos 2000 Joaquim Barbosa representava a figura do "paladino da justiça" brasileira no meio dos escândalos do mensalão, com a operação Lava Jato e o desenrolar da crise política, estamos vendo o Poder Judiciário, mas também o Ministério Público Federal, serem fortalecidos e cada vez mais atuantes politicamente. Sabemos que o objetivo da Lava Jato e de toda a toga privilegiada não é combater a corrupção e que a arbitrariedade e crescente fortalecimento político dos juízes e ministros serve ao endurecimento da repressão contra os que lutam contra os ataques que o governo golpista vem descarregando sobre os trabalhadores e o povo pobre.

Por isso não há que ter nenhuma confiança na hipocrisia dos figurões magistrados de ontem e de hoje que em nome dos interesses dos ricos perderam a vergonha de fazer política, seja aberta ou timidamente. Qualquer luta contra os ataques que o governo for implementar, precisa necessariamente denunciar o papel nefasto que esse judiciário cumpre. Esta denúncia tem que ser feita de modo independente pelo os trabalhadores em conjunto com os demais setores populares da sociedade.