Um vídeo que viralizou na tarde dessa quarta (3) mostra Guardas Civis Municipais (GCM) de São Paulo sendo truculentos com Samir, um morador de rua. Um dos GCM empurra Samir no chão, que chora e diz que não foi violento e mesmo assim estava sendo machucado. Após reclamar que estava machucado, ele ainda é prensado contra a parede, tem o braço torcido e lhe é passado uma rasteira, que o derruba novamente. Seus pertences, que incluem um colchão e cobertores, foram levados por fiscalizadores da prefeitura, junto a seu carrinho de supermercado, onde guardava suas coisas. Samir chora e pede para que não levem suas coisas e que é tudo que tem, mas é respondido apenas com agressões. O vídeo da agressão pode ser visto abaixo:

No fim da noite, o padre Julio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua divulgou um vídeo em que está na saída da 35ª DP junto a Samir e sua companheira, e mostra Samir com o braço quebrado, como uma mostra da tamanha violência que sofreu nas mãos da GCM a mando do prefeito Dória. Samir ainda diz no vídeo que não estaria nessa situação de rua se não fosse a crise que o país atravessa. Vale lembrar também que enquanto os cobertores são retirados, as noites paulistanas tem ficado mais frias, sendo que a última madrugada tinha previsão de mínima de 15°C, e a cidade possui o triste histórico de morte de moradores de rua nas madrugadas frias.

João Dória gosta de se fantasiar de trabalhador e de chamar de vagabundo aqueles que realmente trabalham, mas seu verdadeiro fetiche é sua política higienista que busca maquiar os reais problemas da cidade. O prefeito quer fazer uma “São Paulo linda” escondendo os moradores de rua atrás de telas e em celas de prisão, para dar as costas ao grave problema de moradia existente. A gestão Dória afirma que esse caso é isolado e será investigado, que essa não é prática da GCM e nem orientação da prefeitura, mas sabemos que essa prática é cotidiana, como afirma o próprio padre Julio Lancelotti, que lida com esses casos diariamente.

É preciso denunciar e repudiar fortemente essa violência e toda política higienista da prefeitura tucana de São Paulo, que pretende apagar não apenas as cores da cidade, mas também as pessoas.