Em nova coletiva de imprensa nesta terça-feira, os secretários de Sartori anunciaram que vão enviar um projeto para a assembleia legislativa para pagar multa sobre os atrasos de salários desde 2015.

A medida de ontem e esse novo anuncio de hoje são, além de um reconhecimento da força da greve, uma tentativa de dividir a mobilização dos professores, já que uma parte da categoria que ganha menos de R$1,5 mil receberia primeiro. Essa segunda medida visa sobretudo ganhar a opinião publica contra a greve, como se o governo estivesse fazendo tudo o que pode para honrar os salários.

Isso no entanto é mais uma mentira de Sartori. Esse dinheiro de uma forma ou de outra seria cobrado via justiça pelos servidores. O que o governo tenta fazer é um uso político rasteiro de uma medida de justiça elementar para quem vem atrasando salários a quase dois anos.

A greve chega numa semana decisiva. Enquanto o governo laça essas medidas, também retoma a votação da medida que acaba com o pagamento dos diretores sindicais. A intenção de usar a medida como moeda de troca com a direção do Cpers fica mais do que evidente. O mínimo que a direção central tem que fazer é rechaçar publicamente qualquer negociação sobre essa questão e reafirmar a continuidade da greve na assembleia de sexta. Os professores tem que rechaçar qualquer negociação nesse sentido e manter a greve forte.

O objetivo último de Sartori com todas essas medidas é ganhar apoio para aplicar o seu pacote de medidas com congelamento de salário e de investimentos públicos e privatizações. Medidas de ataque duríssimo, que ainda assim não resolveriam nenhum dos problema, somente gestaria uma nova crise adiante. Não podemos aceitar essa chantagem. Os professores podem triunfar.