Foto: AFP / TARSO SARRAF

O protocolo foi apresentado pela médica intensivista Lara Kretzer, primeira autora do documento da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib). Coordenadora da Residência em Medicina Paliativa da Universidade Federal de Santa Catarina e doutora em Direito pela Universidade de Londres, ela está na linha de frente do combate a pandemia desde o ínicio e lembrou que essas escolhas já vinham sendo feitas nos dias que os recursos não eram suficientes para atender a demanda.

Lara explica que o principal critério observado é o da gravidade da doença aguda, quantos órgãos foram afetados e quão gravemente. Outro fator levado em consideração é se a pessoa tem outras doenças de base, crônicas e muito avançadas. "Avaliamos se aquele paciente estaria caminhando para o fim de sua vida antes mesmo da covid", diz.

"O nosso objetivo é sempre salvar o maior número de vidas. A base da pirâmide é reduzir a transmissão com as medidas de higiene, máscara, distanciamento com rigor dependendo da fase da pandemia. Depois vem ampliar a oferta de leitos, as medidas de contingência. Mas quando isso tudo é superado, como é o caso agora, é preciso acionar a triagem. A gente esperava nunca ter de usar esse protocolo", afirma Lara

Importante ressaltar que a culpa do estado ter chegado nesta situação é da irresponsabilidade de Bolsonaro e dos governadores. Somente em Santa Catarina, Carlos Moisés já foi acusado de comprar respiradores fantasmas e está sofrendo um processo de impeachment.