"Eu sempre falei com essa cautela", afirmou o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, general Richard Nunes; "Eu nunca fiquei dizendo negócio de data. Existe a possibilidade de fechar? Existe. E existe a possibilidade de a gente ter um pouco mais de dificuldade e levar um pouco mais de tempo"

Richard Nunes, que assume a possibilidade de terminar o ano sem elucidar o caso do assassinato da vereadora Marielle e do motorista Anderson, é o mesmo que fala do orgulho em restabelecer a credibilidade da polícia militar e civil do Rio. Uma credibilidade banhada de sangue nos últimos tempos em que, com a intervenção federal, se viu aumentar o número de tiroteios, chacinas e mortes.

Agora, demonstrando que não devemos ter confiança no Estado e em suas forças repressivas, o general aponta como são tratados os casos de assassinatos de negros e pobres nas favelas cariocas.

Mais do que isso, expõe como, no auge dessas eleições manipuladas pelo judiciário com tutela crescente das Forças Armadas, um caso brutal de assassinato de uma vereadora negra de esquerda corre o risco de ficar sem resposta depois de suspeitas do envolvimento de agentes políticos do regime carioca.

Declarações como a desse general reafirmam a necessidade de uma investigação independente do Estado, de suas polícias ou Forças Armadas. Nenhuma investigação séria poderia ser feita pelos seus principais suspeitos.

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