Na cena de abertura, quatro integrantes do grupo, dois deles mascarados, compõem o quadro, de forma similar aos vídeos divulgado pelo Estado Islâmico, enquanto uma voz computadorizada sentencia: “A esquerda foi extirpada da capital”. Ela prossegue: “O câncer que se espalhou por décadas está alojado nos mais diferentes espaços... é lá que o inimigo se encontra”.

Em outra parte do vídeo o mascarado conclama: “ A luta agora é na guerrilha... devemos implodir o que resta de seus castelos”.

Depois desse discurso o vídeo passa a exibir manchetes de ações que segundo eles foram conquistadas por meio da luta do Mbl. Entre as lutas reinvidicadas por eles estão: a aprovação da Reforma Trabalhista, enquanto cenas de manifestantes contrários a reforma são reprimidos pela polícia; o projeto Esola sem Partido, precedido pelas violentas ações de desocupação das escolas empreendidas por eles, ou das ’vistorias ideológicas’ de Holiday, ambos reivindicados nas manchetes; a censura aos museus também não poderia faltar.

Figuras públicas, inimigas do movimento são explicitamente apontadas, como Caetano Veloso e o jornalista Ricardo Boechat, e são ridicularizadas.

Depois disso, a trilha sonora passa para Baba O’Riley, e num tom exaltante, um outro narrador proclama: “Ninguém disse que a luta seria fácil, mas assim que surgem os heróis”.

Os jovens proto-fascistas do Mbl, enquanto tentam se disfarçar de guerrilheiros contra a esquerda encastelada nos governos, são eles que se encontram enfiados nas sub-prefeituras e nos gabinetes de seus aliados políticos, de Jõao Dória a Eduardo Cunha. Nas ruas, seus atos e manifestações reúnem cada vez menos gente, depois da queda da máscara apartidária. Apesar de toda a falta de noção, o vídeo possui esse mérito, apresentá-los como verdadeiramente são, a velha direita, pregando discurso de ódio, e reivindicando políticas contrárias ao interesse dos trabalhadores, como a Reforma Trabalhista.