Segundo Doria, as restrições orçamentárias têm como finalidade garantir o “cumprimento de compromissos ao longo dos próximos três meses e assegurar recursos e investimentos nas áreas da saúde e segurança pública”. Contudo, a única área que tem recebido atenção pelo seu governo é a PM, pois a resposta para a crise em SP tem sido usar a polícia para reprimir para que a massa precarizada de trabalhadores e do povo pobre morra trancada em casa, sem testes para o COVID-19 e muito menos leitos.

É nesse cenário em que as medidas de Doria contra os servidores entram como mais um fator para fazer com que os trabalhadores paguem a conta de anos de neoliberalismo do PSDB destruindo o SUS e os serviços públicos como um todo. Afinal, deixar os funcionários públicos estaduais sem dinheiro em um momento em que itens mais básicos têm seus preços elevados absurdamente pela especulação não é uma “corrente de amor” como a propaganda do governo mostra, mas sim uma política generalizada de aumento da miséria.

Nesse sentido, não há dúvida de que há um verdadeiro plano para que a população passe fome, uma vez que, ao mesmo tempo em que os servidores em regime de teletrabalho ficam sem auxílio-alimentação, os alunos da rede pública de ensino também não recebem o voucher relativo à merenda. Dessa forma, Doria faz com que os trabalhadores e os seus filhos fiquem severamente prejudicados na sua nutrição, aumentando os impactos da pandemia nos estratos sociais que mais dependem de um SUS destruído pelo PSDB. É um plano de extermínio pela expansão da pobreza!

Não podemos cair na ladainha do governo de que isto faz parte de um plano de real combater à crise sanitária, pois sequer medidas básicas e completamente necessárias não ocorreram. Precisamos sim de um plano de guerra, mas que passe pelo controle dos trabalhadores da produção, permitindo a reconversão da indústria para que sejam produzidos de forma massiva testes para todos aqueles que precisam e que tire dinheiro não dos servidores do estado mas daqueles que lucraram anos com o desmonte dos serviços públicos: a burguesia.