Mais um caso de racismo no futebol. Dessa vez um jogador sofreu com o ataque dirigido não das arquibancadas, mas por um comentarista. Após a expulsão de Marinho, atleta do Santos em que o time foi derrotado, o comentarista foi perguntado o que teria a dizer aos jogadores santista em um suposto grupo de whatsapp que tem com eles, entre risadas Fabio Benedetti declarou que: "Eu vou falar assim: ’Você é burro, você está na senzala, você vai sair do grupo uma semana para pensar sobre o que você fez.’".

Após a fala racista, Benedetti pediu desculpas e telefonou diretamente para pedir perdão a Marinho pelas ofensas. Nas redes sociais, Marinhou postou uma declaração, declarando que: "Quero que você se retrate e que isso não se repita nunca mais, nem comigo nem com ninguém! Eu luto pela causa! Contra preconceito e qualquer outro tipo de descriminação seja ela racial ou não!"

"Sou preto e orgulhoso de quem sou! Ensinando minha filha como se deve andar e mostrar que é orgulho e não vergonha ser PRETO", completou Marinho

Marinho deu uma lição na fala racista do comentarista. É comum os negros dizerem que "precisam ser duas vezes melhores" do que um branco na sua atividade, porque serão cobrados por sua competência e por sua cor. O futebol já deu diversas mostras disso, um jogador negro pode ser exaltado como herói, como craque, mas a cada erro os insultos e ataques racistas virão como parte da tentativa de inferiorizá-lo.

Outro esteriótipo racista da fala é o estigma de que atletas negros são burros, que reproduz a animalização dos negros como seres intelectualmente inferiores. Parte do motivo de que mesmo os negros serem parte significativa dos jogadores de futebol, serem uma porcentagem ínfima de técnicos e dirigentes esportivos.

A fala de Marinho reivindicando sua cor, mostra que em tempos em que luta antirracista percorre o mundo, os negros não irão baixar a cabeça para falas racistas como essas, que iremos explodir a senzala para a qual querem nos confinar, e que os herdeiros da casa grande não darão mais declarações estúpidas como essas impune.