Sabemos que no estado de São Paulo há anos foi implementada a divisão da categoria de professores entre efetivos, estáveis (os “Fs”) e temporários (os “Os” e eventuais); assim como já perdemos a conta de há quanto tempo serviços essenciais para as escolas, como a limpeza e a merenda, foram terceirizadas. No munícipio, não é diferente, só mudam as nomenclaturas, especialmente agora que avançam com as contratações de caráter temporário de professores e inspetores (os ATEs).

Sentimos na pele o que essa divisão promove: separação entre os colegas nas escolas, às vezes até nos momentos de descanso, falta de integração pedagógica e política entre todos os trabalhadores das escolas, diferença de direitos trabalhistas entre educadores que cumprem as mesmas funções, e, a mais grave de todas, divisão política nas mobilizações em defesa de nossas demandas – o que enfraquece enormemente a nossa luta.
Por isso, há anos nós do Nossa Classe e do MRT levantamos a bandeira de efetivação de todos os contratados e terceirizados, sem que esses que já trabalham e comprovam na prática a sua capacidade de realizar sua função sejam obrigados a passar por um concurso. E levamos esse debate adiante em cada escola, com todos os colegas, para que se torne uma demanda geral e organizemos a aliança entre todos os professores, inspetores, funcionários da limpeza e merendeiras. Além disso, também travamos esse debate nos espaços dos sindicatos (Apeoesp e Sinpeem) para que essas ferramentas de luta coloquem essa demanda como motor de nossas mobilizações, assim como impulsionem tal aliança.

Acreditamos que o Manifesto contra a terceirização e precarização do trabalho, portanto, é um passo a mais e além para aumentarmos e expandirmos esse debate entre toda a classe trabalhadora. Isso é ainda mais fundamental com a reforma trabalhista, que foi aprovada no governo golpista de Temer e que será mantida, de acordo com eles mesmos, pelo governo Lula-Alckmin. Tal reforma só fez aprofundar esse processo com a uberização dos serviços, na qual agora se incluem também nossos alunos secundaristas, que cada vez mais abandonam os estudos para trabalhar sob esse regime.

É por isso que chamamos todos os professores e trabalhadores da educação a participarem do lançamento desse Manifesto, no dia 21/06 às 18h no auditório da Geografia (FFLCH) da USP, que aprofundará o debate sobre a necessidade dessa luta, e a impulsionarem essa ferramenta para construirmos nossa luta contra a precarização do trabalho e pela unidade dos trabalhadores.