Dias depois de ter ocorrido um ato reacionário, convocado pelo presidente, em meio a pandemia do coronavírus, Bolsonaro teceu esse comentário ao ser questionado por seu estado de saúde numa coletiva, por conta de parte de sua comitiva ter contraído o vírus em viagem aos EUA. Ainda que essa pandemia venha a se alastrar através das medidas do presidente, no mundo, os dados mais recentes apontam que a doença chegou a infectar 286 mil pessoas e matou 11,9 mil.

Para além de levantar observações negligentes e obscurantistas quanto a essa crise, Bolsonaro chegou a anunciar nessa mesma semana uma série de medidas no intuito de contorná-la. Evidentemente, alternativas como disponibilizar um auxílio de míseros 200 reais para trabalhadores informais não passam de um deboche na cara desse setor tão explorado que estará sujeito a adoecer na medida que sua jornada de trabalho sequer consegue contemplar sua subsistência.

Ao mesmo tempo, com essas migalhas concedidas, nos deparamos com diversos ataques sendo colocados pelo governo na direção dos trabalhadores para salvar os capitalistas, em meio a essa situação, como a MP da Carteira Verde e Amarela e o corte do Bolsa-família. Assim como vemos cada vez mais empresas submetendo trabalhadores a condições insalubres.

Por isso, é fundamental combater qualquer negligência e oportunismo frente a essa crise, de tal forma que nós do Esquerda Diário estamos nos dedicando para levantar todas as denúncias existentes nos locais de trabalho envolvendo essa questão. Não vai ser uma mera demagogia barata que nos salvará dessa pandemia, é necessário que o Estado garanta uma distribuição massiva de testes e produtos de higiene básicos voltados para sua prevenção, assim de um massivo aumento do contingente de profissionais da saúde, através da reincorporação dos demitidos e capacitação e contratação massiva de estudantes, para garantir toda a estrutura de atendimento possível para a população. Isso passa também pelo uso de instalações privadas para a abertura dos leitos necessários para toda demanda e da nacionalização do sistema de saúde, sobretudo a partir do controle dos próprios trabalhadores e não de uma burocracia que está mais preocupada em salvar a si mesma e os capitalistas. Só assim conseguiremos dar uma resposta contundente a essa crise e este diário está a serviço disso, não só no Brasil, mas internacionalmente em diversos países