(Foto: Arquivo JCS 17/11/2011)

Joseph Ratzinger, o papa emérito Bento XVI, está sendo acusado de omissão em casos de pedofilia cometido por quatro padres entre 1977 e 1982, período que era arcebispo de Munique e Freising.

O relatório independente em que consta a acusação possui 1.700 páginas e foi encomendado pela igreja católica da Alemanha e elaborado pelo escritório de advocacia Westpfahl-Spilker-Wastl, de Munique. Ratzinger está sendo acusado de "inação" diante de casos de abusos de crianças cometidos por quatro sacerdotes.

O então arcebispo não teria tomado nenhuma iniciativa em relação aos suspeitos de pedofilia entre 1977 e 1982. O advogado Martin Pusch relatou ao jornal Correio Braziliense:

"Acreditamos que ele possa ser acusado de má conduta em quatro casos. Dois deles dizem respeito a abusos cometidos durante o seu mandato, quando foram sancionados pelo Estado". Apesar da comprovação dos crimes pelos tribunais, os dois padres permaneceram dentro da igreja, e Ratzinger não teve nenhuma atitude em relação a isso.

De acordo com os advogados responsáveis pelo relatório, Ratzinger era informado sobre os abusos sexuais cometidos pelos quatro padres, e a igreja não teria feito nada a respeito.

Um dos casos que chama atenção é do sacerdote Peter Hullermann, que foi transferido para a arquidiocese de Munique em 1980, após abusar de crianças na Renânia do Norte-Vestfália, Baviera. Após ter sido condenado a uma pena de prisão com sursis em 1986, o padre voltou para Baviera dando prosseguimento aos crimes de pedofilia por décadas. O sacerdote foi forçado a se aposentar somente em 2010.

O relatório informa que o atual papa emérito não fez nada em relação as acusações à Hullermann na época.

O monsenhor Georg Ganswein, secretário particular de Bento XVI, disse que Bento ainda não leu o documento, e que somente nos próximos dias ele faria a leitura e examinaria o documento com a atenção necessária. O monsenhor declarou:

"O papa emérito expressa sua comoção e vergonha pelos abusos de menores cometidos por clérigos e oferece sua proximidade e orações a todas as vítimas".