O relator do projeto do Novo Arcabouço Fiscal, Claudio Cajado (PP-BA), que foi vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, fez mudanças no projeto, como a inclusão de gatilhos caso o governo não cumpra as metas de ajuste fiscal. Essas mudanças, acordadas com o governo, tornam o projeto ainda mais restritivo e trazem novos ataques para os servidores públicos e os trabalhadores em geral. Os demais pontos do projeto se mantêm praticamente iguais, com todo o caráter neoliberal e reacionário que já representavam, agora acrescido destas novas medidas que aprofundam o ataque que representa o Novo Teto aos direitos dos servidores públicos e, consequentemente, a qualidade dos serviços públicos prestados à população.

Neste momento é o PT que apresenta uma novidade ao propor ele próprio um novo mecanismo neoliberal de sua autoria para garantir o pagamento da dívida pública, e que pressiona por ajustes nos investimentos, ou seja, contra serviços públicos básicos e salários.

Somente a força da classe trabalhadora junto aos movimentos sociais, mulheres, negros e LGBTs poderá enfrentar este ataque, lutando também para revogar todas as reformas (trabalhista, da previdência, do ensino médio) e privatizações que são herança do bolsonarismo e contra a terceirização do trabalho. Como parte dessa luta devemos também levantar a bandeira do não pagamento da dívida pública. As lutas em curso dos professores e outras categorias em distintos estados mostram o caminho. É fundamental unificar as bandeiras de cada categoria contra a carestia de vida a este enfrentamento contra o arcabouço fiscal, pois senão vamos sofrer ainda mais ajustes e vai mais dinheiro para os banqueiros com o pagamento da dívida pública.