Em entrevista a rádio Jovem Pan news, no jornal da manhã, José Lucena fez uma comparação repugnante, afirmando que a situação dos empresários é semelhante a situação dos pacientes que sofreram com a falta de oxigênio em Manaus, "Nós empresários entramos passando o que Manaus passou há um mês: está faltando oxigênio para muita gente. A situação está difícil."

Ele ainda afirma que os empresários do setor não têm responsabilidade pelo colapso na saúde - que já fez 282.127 vítimas no país e quase 4 mil somente no RN - e que a própria população seria responsável.

A realidade, diferente do que afirma o representante dos empresários, é que desde o início da pandemia faltam testagem massiva pra ter um controle científico dos infectados, faltam EPIs, insumos e leitos para tratar os contaminados e o governo genocida de Bolsonaro acabou com o auxílio emergencial, que era insuficiente pra garantir as necessidades dos trabalhadores, que deveria ser um salário mínimo - e agora quer retornar com um auxílio de fome, de R$ 150 reais, que mal paga o botijão de gás - às custas dos salários dos professores e trabalhadores da saúde, com o intuito de dividir as diferentes categorias de trabalhadores e sequer garante vacinação para todos.

Ao mesmo tempo, o governo Fátima Bezerra (PT) oferece é apenas toque de recolher, que significa maior repressão, especialmente na periferia, para a juventude negra, como ocorreu no bairro de Brasília Teimosa. E Álvaro Dias (PSDB) nega qualquer medida concreta de controle, a sua última proposta enviada a Câmara de Vereadores foi a mudança de nome da Av. Bernardo Vieira para Av. Nevaldo Rocha, fazendo homenagem ao empresário escravista, fundador e dono da Riachuelo e pai de Flávio Rocha. Tais medidas mostram o descaso com a saúde para não tocar nos interesses dos empresários e não dão nenhuma garantia aos trabalhadores.

O que ele afirma José Lucena, tem como objetivo jogar nas costas dos trabalhadores a culpa pela crise sanitária e econômica, quando na verdade Bolsonaro, Mourão, os golpistas, como o congresso e o STF, além dos governadores, atuam para garantir seus interesses de lucro. Enquanto os capitalistas estão em home-office, eles querem colocar os trabalhadores em exposição nas longas viagens em ônibus lotados.

É necessário um plano de emergência anticapitalista dos trabalhadores para se enfrentar com Bolsonaro, Mourão e o conjunto do regime golpista, inclusive os governadores, que atuam para atender os interesses dos empresários.

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