Conforme noticiamos aqui, a escolha de Milton como ministro da Educação, apresenta-se como um aceno de Bolsonaro à sua base evangélica, ao passo que objetiva seu espaço para influência ideológica reacionária. Dessa forma, ao mesmo tempo em que Bolsonaro atende algumas demandas das alas mais reacionárias de seu governo, ele também coloca como ministro uma pessoa que já expressou ser favorável à privatização do ensino e que dará continuidade a mercadologização da educação.

A partir do anúncio de Bolsonaro sobre o novo ministro, uma série de vídeos do pastor vieram à tona. Em um deles, Milton faz uma fala à Comunidade da Igreja Presbiteriana Jardim da Oração sobre a “vara da disciplina”, exibindo o característico e desprezível reacionarismo do núcleo duro bolsonarista:

“A correção é necessária para a cura”, disse Milton em um dos vídeos “Não vai ser obtido por meio justos e métodos suaves. Talvez uma porcentagem muito pequena de criança, precoce e superdotada, é que vai entender seu argumento. Deve haver rigor, severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães até fiquem com raiva de mim: deve sentir dor”.

A absurda fala de Milton, já dá pistas do conservadorismo que orientará suas políticas para o Ministério da Educação. À medida que incentiva o uso da violência para “educar” as crianças, a fim de garantir que essas se adequem ao pior dos valores tradicionais da sociedade capitalista, o ministro também demonstra sua completa ignorância no que concerne aos estudos desenvolvidos na área da psicologia e da educação sobre a infância, mesmo com sua formação acadêmica.

Dessa forma, frente ao reacionarismo expressado no vídeo e partindo de que a precarização da educação está inserida no mesmo pacote de ataques que Bolsonaro conduz contra outras áreas, é fundamental que os trabalhadores, sejam organizados para combater e a crise em curso e o reacionarismo intrínseco ao regime atual. Nesse sentido, é papel das grandes centrais sindicais, como a CUT e CTB, mobilizar seus sindicatos para que eles organizem os trabalhadores desde as bases contra Bolsonaro, Mourão, militares e esse sistema, pela imposição de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, para que o povo decida os rumos do país.