Logo no início da volta às aulas para o segundo semestre de 2017, a reitoria da Unicamp, encabeçada por Knobel e o Conselho Univerisitário (CONSU), aprovou uma medida de violação da autonomia estudantil para a realização das eleições dos seus próprios representantes discentes para o CONSU e a CCG (Comissão Central de Graduação).

Todo ano os representantes discentes eram escolhidos junto às eleições para o DCE, em votação presencial, mas graças a um projeto do grupo Apenas Alunos, em aliança com a reitoria de Knobel e os representantes reacionários do CONSU, ficará a cargo da reitoria controlar o processo, que deverá ser realizado online, segundo o mesmo projeto.

Sem qualquer aviso prévio à comunidade estudantil, que foi surpreendida hoje com um e-mail anunciando a abertura das inscrições dos candidatos, a reitoria e o grupo Apenas Alunos se prostram o órgão máximo de deliberação universitária, o CONSU, um espaço com a participação estudantil ainda mais controlada, antidemocrática e restrita. Um CONSU que dá toda a liberdade para membros da FIESP e empresários para dizerem qual finalidade o conhecimento produzido na universidade será destinado (o lucro privado), mas torna a representação estudantil e de trabalhadores, que constituem a maior parte do corpo universitário, quase inexistentes e controladas pela reitoria.

Portanto, os estudantes da Unicamp não podem aceitar esse tipo de violação da reitoria. Estamos há meses com um DCE que não mobiliza o conjunto dos estudantes contra as punições racistas e os cortes de Knobel, a Reforma Curricular de Alckmin, e os ataques à CNPq por parte de Temer. Esse ataque à autonomia do movimento estudantil também demanda discussão e ação por parte dos estudantes.