De acordo com o levantamento do jornal O Estado de S. Paulo publicado no domingo, dos 40 deputados que votaram pela rejeição do parecer que recomendava a abertura de investigação contra Temer na comissão, 39 tiveram R$ 266 milhões em emendas parlamentares empenhadas.

O montante corresponde ao período entre junho e as duas primeiras semanas de julho, às vésperas da votação na CCJ da Câmara. Outro levantamento do Estado/Broadcast mostra que apenas nos 13 primeiros dias deste mês foram empenhados R$ 2 bilhões em emendas.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que a liberação de emendas se transformou em "balcão de negócios". "Caracterizam evidente compra de votos, com consequências de obstrução da Justiça, no caso. É nosso dever submeter à consideração do fiscal da lei", afirmou o deputado.

O senador Randolfe Rodrigues (AP) e os deputados Alessandro Molon (RJ) e Aliel Machado (PR), responsáveis pelo pedido da Rede, dizem que Temer aumentou em "quantidade desproporcional" a liberação de emendas em troca de apoio para barrar a denúncia na CCJ. Para eles, o Temer usa dinheiro público para comprar votos e obstruir a Justiça.

No momento, o governo Temer enfrenta uma enorme instabilidade e falta de legitimidade, que só aumenta conforme são aprovados os ataques aos trabalhadores, como a reforma trabalhista. A decisão sobre a denúncia contra Temer será votada apenas na volta do recesso, em 2 de agosto, e até lá ele deve seguir tentando todas as manobras possíveis para comprar os votos favoráveis a ele.

Com informações da Agência Estado.