O aumento, que deverá ocorrer no dia 2 de abril, foi aprovado pela Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro). Supostamente, a agência deveria servir para regulamentar a prestação do serviço - que já é privatizado - e garantir sua qualidade. Contudo, na prática ela serve para regulamentar que os concessionários do Metrô continuem lucrando em cima do transporte público.

O argumento utilizado para conceder o aumento é a cláusula contratual firmada entre governo e setor privado que estabelece aumentos anuais da tarifa (diferente do que ocorre com a imensa maioria dos salários), e o cálculo foi feito com base na variação da inflação de 6,5% do IGP-M (índice de inflação calculado pela Fundação Getúlio Vargas).

Não é o primeiro golpe do ano no bolso dos que dependem do transporte público na região metropolitana do Rio: No dia 12, as barcas também tiveram sua tarifa reajustada, passando de R$ 5,60 para R$ 5,90. Já o valor da passagem de trem subiu de R$ 3,70 para R$ 4,20 no dia 2 - um preço que contrasta absurdamente com a péssima qualidade dos serviços prestados pela SuperVia (concessionária tanto dos trens como das barcas).

Medidas do pacote de ajustes do governo, aprovadas pelos deputados da Assembleia Legislativa (ALERJ), também atacaram o direito ao transporte, fixando uma renda máxima de R$ 3.000 reais (valor inferior ao salário mínimo calculado pelo DIEESE para atender as necessidades básicas de uma família) para que se possa ter o "benefício" do Bilhete Único Intermunicipal, que concede desconto na integração entre transportes.

Também foi aprovado pelos deputados o aumento no valor da tarifa integrada, de R$ 6,50 para R$ 8,00. Enquanto os trabalhadores seguem sendo massacrados pela crise e os ajustes, os empresários do transporte vão elevando seus lucros com a ajuda dos governos e parlamentares.