Após a reação dos trabalhadores em educação que mantiveram sua forte greve e do apoio que receberam da população nas redes sociais, o secretário Ronald Krummenauer relativizou a decisão anunciada na segunda-feira de demitir os servidores contratados que estão em greve, jogando a definição para a justiça.

Esse é um ataque absurdo, que atenta contra o direito democrático elementar à greve, que neste caso sequer foi julgada ilegal. Apesar disso, nos dias de hoje, é possível esperar tudo da justiça, inclusive decisões à revelia da Constituição. É nas forças da greve, a exemplo dos garis do Rio de Janeiro que da greve histórica de 2014 reverteram demissões já anunciadas pela prefeitura, que é possível barrar todos os ataques do governo.

Na sua argumentação cínica, o governo afirma que o contrato é feito para suprir necessidades emergenciais e que os servidores em greve estariam rompendo com seu contrato. Acontece que, mesmo que fosse assim, o direito de greve teria que ser respeitado não podendo ser utilizado como pretexto para demissões. Mas não é assim.

Os contratados do estado não suprem necessidades emergenciais. Ao contrário, fazem parte da estrutura do sistema educacional, sendo cerca de metade do quadro de educadores. A própria argumentação do governo reafirma a necessidade de efetivação imediata de todos os servidores contratados, já que o contrato temporário é para cobrir funções temporários segundo o próprio governo, o que evidentemente não é o caso.