Foto: Edu Andrade / Min. Ec.

A versão original da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma administrativa, enviada por Paulo Guedes para Bolsonaro, incluía um dispositivo que autoriza previamente a venda de todas as empresas estatais do país.

Na versão da PEC constava "a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo".

A proposta de Guedes invertia a lógica das privatizações numa manobra para dar conta de seu apetite e seus colegas banqueiros pelo entreguismo do patrimônio público. Ao invés do governo propor a venda das estatais, ficaria autorizado a privatização de todas as empresas, a não ser que o governo se manifestasse.

Outro trecho proposto por Guedes era a de que funcionários públicos que se candidatassem nas eleições, ficariam sem remuneração. Um claro ataque aos servidores, bem como o conjunto da reforma administrativa como viemos denunciando no Esquerda Diário.

As medidas que chamam de "modernizadoras" que confeririam “agilidade e flexibilidade” à máquina estatal são, na realidade, propostas que permitem o aprofundamento de práticas clientelistas, dividem o funcionalismo público e atacam, em especial, os trabalhadores da saúde e da educação, enquanto deixam intactos os privilégios do alto escalão. Como vemos, com a própria proposta de privatização de todas as estatais de Guedes.

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