Governo Bolsonaro está repetindo a máxima da submissão, consagrada em frase de Jutahy Magalhães, ministro da ditadura, que afirmou no passado “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”. Agora a adaptação seria: o que é bom para Trump é bom para o Brasil.

A medida coloca o Brasil de joelhos perante a política externa do governo Trump, de apoio incondicional ao genocídio de Israel contra o povo palestino. A limitada política de dois estados da ONU, que não garante os direitos mais mínimos aos palestinos, como a volta para a casa dos refugiados, tem sido sistematicamente boicotada por Israel.

Segundo Eduardo Bolsonaro, “A questão não é perguntar se vai [ocorrer], a questão é perguntar quando será”, afirmou. “A gente ainda não sabe ao certo dentro do governo a data, como é que ocorre. A gente tem a intenção e a ideia”.

Eduardo Bolsonaro minimiza as contradições que essa medida ira trazer para as relações diplomáticas do Brasil com os países árabes e aproveita para se jogar contra o Iran, um dos alvos da política externa de Trump: “Eu acredito que a política no Oriente Médio já mudou bastante também. A maioria ali é sunita. E eles veem com grande perigo o Irã. Quem sabe nós apoiando políticas para frear o Irã, que quer dominar aquela região, a gente não consiga um apoio desses países árabes”.

A medida também trará tensionamentos internos com a ala militar do governo Bolsonaro. Em entrevistas recentes, o vice Mourão chegou a se colocar abertamente contra essa mudança, temeroso de que isso transforme o Brasil em alvo do terrorismo islâmico.