O IBGE divulgou nessa sexta-feira o primeiro cálculo do PIB do segundo trimestre de 2017, fechando a prévia para o primeiro semestre desse ano. Nas palavras da diretoria de Contas Nacionais foram o setor de comércio, pela oferta, e o consumo das famílias, pela demanda, que impulsionaram a manutenção do crescimento. Jornais como o Estado de São Paulo já coloca que esse índice “reforça sinais de recuperação da atividade econômica”, enquanto a equipe econômica do governo golpista é ainda mais festiva em colocar que o País “saiu da maior recessão do século”.

Enquanto a mídia burguesa e o governo golpista tentam festejar a lama que afundaram o país, um detalhamento maior dos dados mostra que não há recuperação nenhuma que se sustente, sendo que ainda estamos sujeitos a crescimento negativo. Quando observamos que o ligeiro aumento do consumo das família foi estimulado pela desaceleração da inflação, redução da taxa básica de juros e crescimento dos salários, já encontramos tendências contrárias nesse semestre. O recente aumento nos impostos de combustíveis e a pressão pela diminuição do déficit do governo podem acelerar a inflação pelo aumento dos combustíveis enquanto pode haver uma redução nos salários em geral devido aos cortes dos governos.

Para além das perspectivas desse ano, há ainda um índice preocupante, que é a redução em 2,1% da economia industrial e a redução de 6,5% na Formação Bruta de Capital Fixo, principal item de investimento na economia. Enquanto esses índices se manterem no negativo não há previsão para um crescimento sustentável da economia. A alegria “modesta” que a mídia tenta demonstrar e a comemoração exuberante do governo golpista não condizem com a realidade econômica do país hoje.

Créditos da imagem: Correio Braziliense