A mãe conta que, seu vizinho racista insiste em atacar seus filhos e já chegou a levar para agressão física ao tentar atropelar as crianças na rua de sua casa. Conta também que a rotina da casa já teve que ser completamente modificada, e as crianças - obviamente- vivem com medo de encontrar com o vizinho na rua e sofrem algum tipo de agressão. Essas agressões racistas ocorrem diariamente em todo o Brasil, e são feitas até mesmo pelos próprios policiais que tem a sua instituição criada a partir da repressão do povo negro e indígena, e e até hoje é agente – pelo estado- do genocídio negro e indígena.

Desde o dia 15 de Março a mãe tenta denunciar o crime, sem sucesso percorreu várias delegacias, passando até pelo 7° distrito policial, que é onde ocorreu o crime e não conseguiu registrar o crime ao qual seus filhos estão sendo vítimas. Já o vizinho conseguiu registrar contra a mãe uma denúncia por injúria.

A polícia Civil do Estado do Ceará, por meio de nota, negou a negligência, enviou o caso para a mesma delegacia que a mãe não teve sucesso em registrar o B.O - 7° distrito policial- e promete tomar todas as medidas cabíveis.

A denúncia dessa mãe mostra como racismo é institucional, e que as pessoas cometem se medo de represália, porque o próprio estado – por meio da polícia- também reprime os negros todos os dias, em todo o Brasil.

A ideologia racista se desenvolveu no Brasil no século XX sob o prisma da "democracia racial", que entre diversas marcas no racismo "à brasileira", se reflete no fato de ainda que se reconheça a existência do racismo em geral, em casos concretos há uma tendência a amenizar e relativizar o conteúdo racista das ações. Por isso, a literatura dos estudos sobre racismo no Brasil revela de forma vasta que nas próprias delegacias, policiais desencorajam as vítimas a registrarem seus crimes, e os índices de prisões ou condenações por racismo no Brasil são mínimos.