Na região da cracolândia existiam pessoas das mais variadas idades, classe social, orientação sexual, etc que conviviam cotidianamente com o uso de drogas e com o tráfico de drogas. Em maio, em uma ação combinada da polícia militar do Governador Geraldo Alckmin da Guarda Civil Metropolitana de Dória, começou a operação de limpeza na região, que teoricamente tinha o intuito de esvaziar o contingente de moradores usuários e da ação de traficantes do local.

Desde então vinha sendo acompanhado diversas outras ações como tal. Fato é que em 17/6, após presenciar mais uma locomoção dos dependentes, o jovem Heitor Fonseca (28) teve seu olho esquerdo atingido por uma bala de borracha o levando a cegueira deste olho.

Na manhã do dia anterior, o jovem teria procurado ajuda no centro de referência de drogas do estado (Cratod), sem sucesso ele voltou a região da Luz onde estava habitando há dois meses como usuário frequente do crack.

No dia que perdeu o olho, Heitor estava num dos bancos da praça fumando crack quando um policial o mirou e atirou nele diretamente. Momentos antes a PM jogava bombas de efeito moral, já que uma intervenção feita a suspeitos de tráfico teria gerado confusão entre usuários (que atiraram paus e pedras) e policiais (que iniciaram a repressão com bombas e balas de borracha).

Depois de tantos anos de luta contra a dependencia química (que o acompanha desde adolescência), agora ainda vai sofrer as conseqüências por não ter conseguido se livrar dela e pelo estado que reprime e não tem um programa correto de saúde pública que agregue usuários/dependentes químicos.