Os cinco bancos investigados são acusados de acordarem previamente o preço entre eles, além de dificultarem novos negociadores entrarem no mercado de câmbio offshore brasileiro. Isso afetou os contratos de hedge (espécie de seguro em relação a variação do câmbio), em que as dívidas e os pagamentos no exterior são vinculadas, como por exemplo parte dos R$450 bilhões de dívidas da Petrobras.

A manipulação para que o dólar chegasse a R$4,00 em 2015 obteve sucesso por parte desses bancos, o que impactou nas contas do governo em relação ao aumento do peso que a dívida externa passa a ter, sendo pública ou privada, o governo tem responsabilidade com essas dívidas perante os banqueiros. Para além disso, a alta na dívida externa pressiona para que se pague mais dívida interna, onerando desde os governos federal, estaduais e municipais até o crédito ao consumidor, além de impactar em preços importantes com o preço do petróleo.

O resultado da alta do dólar obviamente foi repassado para os trabalhadores, isentando governos, empresários e banqueiros de gastarem com a manipulação. Na época, publicamos no Esquerda Diário uma matéria sobre os resultados dessa manipulação. Além das consequências no bolso do trabalhador, a mídia burguesa também se aproveitou da alta do dólar para ganhar a opinião pública para o golpe. Assistimos promessas vagas que a queda do governo significaria a melhora na situação de vida da classe trabalhadora, só que isso era farsa.

Hoje o CADE se volta aos bancos internos, acusando-os de operarem o mercado onshore de dólares, mais uma vez, vemos que os bancos que “lucraram como nunca antes na história desse país” agiram em acordo com a mídia, o judiciário e o legislativo para aprofundar seus interesses mais espúrios. Seus crimes vão para além do que uma simples multa pode pagar e do que qualquer governo que não se proponha a estatizá-los como forma de acabar com essa veia aberta em nossos bolsos estará sendo demagógico.