Imagem: R7. Polícia manipula cena de assassinato, disparando para o alto e também simulam disparo das mãos da vítima.

Enquanto nas escolas estaduais paulistas as condições de ensino e aprendizagem são péssimas, a Polícia Militar de São Paulo encaminha a compra de mais de 5.000 pistolas.40 importadas. Para o governo a política de aperfeiçoar cada vez mais o aparato repressivo que mata milhares de jovens negros todos os anos é prioritária, e em pouco mais de 5 anos, foi gasto 29 bilhões de reais em armamento pela Polícia Militar de SP. A PM paulista é a que mais gasta em armamentos, não a toa é a que mais mata no Brasil. A Polícia Militar é a que mais mata no mundo de acordo com relatório da Anistia Internacional feito em 2015.

Os gastos do governo de São Paulo com a compra de fuzis para as polícias neste ano já são 73 vezes maiores do que os realizados nos últimos dois anos. Em 2017, foram R$ 11,5 milhões investidos nesse tipo de armamento pesado, ante R$ 155 mil gastos em 2015 – em 2016, não houve compras. Os dados são da Secretaria Estadual da Fazenda, disponíveis no Portal da Transparência.

Essa "sofisticação" da capacidade assassina da polícia não é de hoje. Desde 2013, quando as manifestações de Junho fizeram o Choque recuar, as condições de aterrorizar e tirar a vida da juventude, principalmente a negra e pobre, aumentaram. De lá para cá, os policiais se transformaram em verdadeiros Robocops - novos cassetetes, escudos, capacetes bombas e armas “não letais” foram adquiridos de Israel e 6 caveirões blindados pelo valor de 30 bilhões de reais. A PM dizia que seriam usados em jogos de futebol e incêndios, um deles foi usado para reprimir estudantes e trabalhadores da USP no dia 28 de Abril.

Para poder comprar essas novas 5.000 Glocks (modelo de pistola preferido fabricados por uma empresa Austríaca) a PM já teve a autorização concedida por parte do Exército, faltando agora apenas o parecer da Procuradoria Geral do Estado. Um entrave, porém, é o próprio Estatuto do Desarmamento que proíbe a importação de armas que já são fabricadas nacionalmente, como é o caso das pistolas, que são fabricadas e fornecidas para PM, sobretudo pela Taurus, que ganha bilhões em contratos com o Estado brasileiro, sendo um grande monopólio bélico nacional que lucra graças a falsa “guerra às drogas” que encarcera e mata negros e pobres.

Entretanto, o modelo brasileiro não agrada muito, havendo muitas reclamações de falhas e problemas técnicos das pistolas produzidas pela Taurus, que inclusive sofreu uma sanção pelo governo paulista ano passado por problemas em fornecer mais de 6.000 submetralhadoras.40, ficando 2 anos impedida de realizar novos contratos com a corporação, motivo pelo qual o Exército justifica autorizar a importação de pistolas da Glock, que aumentarão a letalidade da polícia que já é a mais assassina do mundo.

Num momento de crise econômica, é essencial para o capitalismo a precarização da educação pública, com o objetivo de formar um exército de mão de obra barata pronto para aceitar quaisquer condições de emprego e aumentar ainda mais o lucro dos capitalistas, enquanto acumulam cada vez mais dinheiro, 13 milhões de brasileiros estão desempregados.

Diante da insatisfação e resistência da população contra as reformas de Temer, principalmente da classe trabalhadora que se colocou em cena no dia 28 de Abril, torna-se também essencial o fortalecimento dos braços repressores do Estado, como a PM, que quase matou um estudante com uma cacetada na cabeça e atirou na boca de uma criança a queima-roupa no dia 28A.

Cumpriu bem seu objetivo, e pretende aperfeiçoá-lo ainda mais, por isso encaminha a compra de pistolas importadas para intimidar e reprimir aqueles que lutam contra o governo seja de Temer, Alckmin e Dória e matar aqueles que em meio aos mais de 13 milhões de desempregados, acabam jogados na rua sem perspectiva e a merce do tráfico de drogas.