Com uma licença que permitia apenas fazer pesquisa, empresários teriam extraído ouro ilegalmente e devastado extensa área de floresta no Norte do país. Conforme mostrou reportagem da Folha, um dos suspeitos é Márcio Macedo Sobrinho, sócio da Gana Gold, empresa de mineração que realizava minerações ilegais em diferentes regiões do Norte do país, causando uma grande devastação ambiental. É estimado que as empresas de mineração ligadas ao empresário podem ter movimentado até R$16 bilhões entre 2019 e 2021.

A apuração aponta que o grupo não contava com autorização de lavra para realizar a atividade exploratória em uma área vinculada ao município de Itaituba (PA). Desde 2016, a empresa Gana Gold tem extraído 33 vezes mais minérios do que o estimado segundo a área que seria autorizada a extrair. Ainda, segundo as investigações, os empresários têm relação com o crime organizado da região para garantia da exploração.

Ainda, o empresário esbanjava os lucros da exploração com uma vida de luxo, com festas privadas regidas a famosas duplas sertanejas e com movimentações bancárias a nível de milhões, isto à custa da destruição do meio ambiente de regiões inteiras.

As imagens a seguir demonstram o nível da devastação. Nas áreas foram construídos estruturas para a exploração dos locais, além de demonstrarem a existência de um lago de rejeitos que causam um tremendo impacto ao ecossistema da região

É estimado em R$300 milhões o impacto ambiental causado pela atuação do grupo suspeito na região de Itaituba, considerando o desmatamento, assoreamento de cursos d’água e contaminação por mercúrio.

Não podemos confiar que sob o controle da Polícia Federal, a mesma que fez uma câmara de gás à luz do dia para assassinar Genivaldo, os culpados de crimes ambientais como esse possam ser responsabilizados. Bolsonaro, os militares e seu governo, com os deputados da bancada ruralista e a boiada de Ricardo Salles, que foi cria de Geraldo Alckmin, assim como as demais instituições desse regime e o Estado sustentam a destruição capitalista do meio ambiente: eles são cúmplices da devastação ambiental, dos assassinatos de indígenas e daqueles que os apoiam.

Não existe a possibilidade da existência de um capitalismo verde, enquanto o que rege o mundo for a lógica do lucro. Somente com a força da mobilização da classe trabalhadora, aliada aos indígenas e todos os setores explorados e oprimidos é que conseguiremos impor justiça, enfrentar a destruição da Amazônia e abrir um caminho para o desenvolvimento sustentável de conjunto com desenvolvimento científico que se coloque a favor das necessidades do conjunto da população e não da ganância dos capitalistas.