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Sendo acusados de fraude processual, por terem alterado a cena onde a jovem morreu, cinco policiais militares são réus no processo. Kathlen estava grávida e foi brutalmente baleada pela polícia.

Relembre o caso: Kathlen é mais uma vida negra ceifada pela polícia, Castro e Bolsonaro são responsáveis

Sayonara de Fátima Queiroz de Oliveira, avó de Kathlen, disse que o local estava calmo, havendo inclusive crianças brincando na rua quando escutou barulhos de tiro e a vítima caiu no chão, baleada.

Sayonara também diz que um dos policiais presentes no local tentou impedi-la de acompanhar a neta, que foi levada para o hospital em um camburão.

Jackeline Oliveira, mãe de Kathlen, disse que moradores do bairro confirmaram o relato da avó, dizendo que não havia confronto entre traficantes e policiais no momento da morte.

"Kathlen teve sua vida interrompida por homens de farda, que deveriam nos proteger. Isso é o retrato da covardia. Minha filha era muito querida, educada, estudiosa, saudável, feliz, linda", disse a mãe. "Ela era uma inspiração para outras meninas da comunidade. Hoje eu sou uma mãe sem filha, uma avó sem neto. Fui condenada eternamente à dor".

Luciano dos Santos Gonçalves, pai da jovem, contou ter recebido um vídeo de uma testemunha que mostra policiais recolhendo cartuchos no chão, logo após a morte. O vídeo faz parte do processo que tramita na Justiça.

Uma nova audiência foi marcada para o dia 27 de junho, quando outra testemunha de acusação será ouvida.

Bolsonaro, com seu discurso reacionário e racista, fortalece a polícia e os milicianos, levando a uma escalada brusca da violência policial em vários estados, tendo como consequência o assassinato de centenas de jovens negros pelas balas da polícia racista, assim como o aumento das denúncias de injúria racial, além dos ataques a terreiros de candomblé e umbanda.

No último dia 12, às vésperas do 13 de Maio, no Rio de Janeiro, a polícia civil derrubou o memorial dos 27 assassinados na chacina do Jacarezinho. Uma cena revoltante que nos enche de ódio também contra o bolsonarista Claudio Castro.

Já se passaram quase um ano da morte de Kathlen e até agora a justiça não foi feita. Somente confiando nas nossas próprias forças, na força de mobilização do povo negro, juventude e trabalhadores, é que vamos conseguir arrancar justiça das mãos do Estado burguês, que segue e seguirá matando milhares de jovens negros diariamente por meio da polícia racista.

Nós do Esquerda Diário defendemos uma investigação independente, organizados por membros da comunidade e trabalhadores. Também defendemos o fim dos autos de resistência e das operações nas favelas, assim como o fim da polícia, essa organização intrinsecamente racista, e para que juízes sejam eleitos e revogáveis a qualquer momento. Apenas a unidade da classe trabalhadora, com o movimento negro e setores oprimidos é capaz de ter força para colocar essas exigências. Chega de vidas e sonhos interrompidas pelas mãos do Estado! Kathlen presente!