O clima no senado se esquentou e Lewandowski fez uma suspensão da sessão durante 5 minutos para que os ânimos se acalmassem.

Diferente do que tem sido a sessão de julgamento desde o início, marcado pelo debate diplomático entre acusação e defesa, risadas e cafézinhos entre petistas e tucanos durante o intervalo, o dia de hoje vem retomando paulatinamente o clima de teatro e menções a Deus e a família visto na sessão da câmara dos deputados do fatídico domingo comandado por Eduardo Cunha.

Aloysio Nunes é conhecido pela sua passagem na ALN, organização guerrilheira de Carlos Marighella, bem como de ter passado para o lado dos setores mais neoliberais do país durante os anos de transição pós-ditadura. Como todo bom liberal que se acomodou nos cargos mais lucrativos e poderosos do país dos últimos anos, Aloysio se arrepende de seus anos de luta contra a ditadura.

Após algum tempo, Aloysio saiu da ALN, se filou ao PCB e posteriormente entrou no PMDB e em seguida ao PSDB. Para muitos, essa trajetória não surpreende, dada a nunca existente orientação marxista do senador mesmo à época em que cerrava fileiras com Marighella. Segundo antigos companheiros, como Raphael Martinelli, ele entrou na organização por ser jovem e querer lutar contra a ditadura.

Hoje Aloysio Nunes é uma das principais figuras do tucanato paulista e nacional. O aspecto “cachorro louco” do senador tucano, que se expressou hoje durante o plenário ao chamar a polícia para expulsar um parlamentar por chamar Janaína de golpista, apareceu em diversos momentos de sua vida pública, por exemplo quando apoiou ativamente a atuação da polícia militar no massacre do Pinheirinho, que levou ao despejo de mais de 6 mil famílias no vale da paraíba.

Lewandowski suspendeu a sessão por 5 minutos e, após manifestações contrárias ao absurdo proposto por Aloysio Nunes, a sessão voltou à normalidade com a fala de acusação de Miguel Reale Jr.