Os estudantes debateram que vão se juntar a outros milhares de estudantes pelo país que querem dar uma resposta aos ataques de Bolsonaro à educação, que cortou 30% do orçamento das universidades federais, ataca às ciências humanas e os professores das escolas com todo seu discurso censurador do escola sem partido.

Os ataques às federais colocam em risco a existência de várias universidades e IFs pelo país inteiro, além dos ataques à pesquisa com os cortes de bolsas de mestrado e doutorado que mostram todo obscurantismo desse governo. Bolsonaro declara uma verdadeira guerra à educação e a todo movimento estudantil porque quer avançar com a privatização da educação e porque sabe que para passar seus planos precisa atacar os setores mais críticos da sociedade, como são os estudantes e professores, que viraram seus principais inimigos.

Por isso, é ainda mais importante o posicionamento dos estudantes da Faculdade de Educação da Unicamp, que sabem que Bolsonaro está atacando seu presente enquanto estudantes e seu futuro enquanto professores. E que mostram que diferente do que quer Bolsonaro, a juventude vai não só se interessar por política, como também se organizar para dar uma resposta aos seus planos.

Também debateram que junto aos ataques à educação, Bolsonaro quer passar a reforma da previdência, um ataque decisivo pelo qual todas as alas do regime movem suas forças, para assim conseguirem descarregar a conta da crise nas costas dos trabalhadores e da juventude. E que não vão aceitar a chantagem do MEC que diz que se passar a reforma da previdência não terá cortes na educação.

Portanto, que no dia 15 é preciso paralisar ligando o combate aos ataques à educação à reforma da previdência. Uma unificação das lutas que não está sendo feita pela UNE, que hoje chama os estudantes a lutar somente pela educação e não coloca suas forças para unificar as pautas. Também debateram que não vão deixar os professores das escolas, que por enquanto vão ser a única categoria de trabalhadores a paralisar, sozinhos. Isso porque as centrais sindicais chamaram outro dia, o dia 14 de junho, de mobilização contra a reforma, separando os dias de mobilizações.

A juventude faísca levou à assembleia a posição de que para não deixar os professores sozinhos era preciso também exigir que as centrais sindicais, como CUT e CTB, chamasse assembleias em todos os locais de trabalho para que outras categorias também pudessem paralisar esse dia e rechaçar a reforma da previdência de conjunto, não como faz Paulinho da Força que quer passar uma reforma “desidratada” ou Tábata Amaral do PDT que defende uma reforma com ajustes. E que para romper com essa separação é que a oposição de esquerda, dirigida pelo PSOL, deveria se colocar.

Também levou à assembleia a posição de que a juventude e os trabalhadores não tem que escolher entre ter direito à educação ou ter direito a se aposentar, enquanto todos os anos milhões de reais são sugados para os bolsos dos banqueiros e grandes empresários estrangeiros via pagamento da dívida pública. Para fazer com que sejam os capitalistas e não o povo pobre e trabalhador a pagar a conta da crise é necessário defender o não pagamento da dívida pública.

Os estudantes também debateram que a reitoria da Unicamp se pronunciou contra os cortes à educação e a favor da mobilização do dia 15, mas não fala nada sobre a reforma da previdência, também servindo a essa separação. Além disso, a reitoria diz defender a educação, mas temos que ter claro que não é a educação que nós defendemos, querem uma educação como é hoje, em que as universidades são fechadas à maioria da juventude e a população.

É preciso levantar a defesa não da educação como é hoje, mas uma educação onde não tenha vestibular para barrar a juventude de entrar na universidade, onde se enfrente os empresários da educação que lucram com endividamento das mensalidades nas universidades privadas, e que o conhecimento sirva não para as empresas, mas para resolver os grandes problemas sociais. A assembleia votou paralisar e organizar atividades na semana do dia 15 sobre opressões e sobre os ataques de Bolsonaro junto com professores da rede pública, estudantes da pós, professores e trabalhadores da Unicamp. E que vão seguir a programação de atos que foi tirado da Assembleia geral da Unicamp.