Enquanto a enorme maioria dos trabalhadores brasileiros possuem apenas 43 dias de descanso no ano de 2018, os juízes, que sequer foram eleitos pela população, possuem como mínimo 2 meses de férias, sem incluir os feriados e o recesso.

Conforme uma lei de 1966, aprovada em pleno período de ditadura militar, o Poder Judiciário, que inclui cerca de 18 mil juízes, diferente dos demais trabalhadores, possui o direito a 60 dias de férias, o que no ano de 2018, somado aos feriados, dias em que a imensa maioria dos trabalhadores segue sua rotina normal de exploração, resultam em cerca de 3 meses.

Além disso, os juízes possuem a liberdade de alterar determinados dias em que cairão os feriados, como fez a ministra Carmen Lucia, que alterou o dia do feriado correspondente ao dia do servidor de 28 de outubro , um sábado, a 3 de novembro, uma sexta.

O Poder Judiciário, que avança contra o direito básico da população de poder escolher em quem votar, ao condenarem de maneira totalmente arbitrária o ex-presidente Lula, que apesar de ter governado em seus anos de mandato a serviço dos empresários e banqueiros, ainda possui milhões de intenções de voto, mostra uma vez mais que não vive a realidade de uma imensa maioria de brasileiros. Com seus super salários e férias remuneradas de mais de o dobro de dias do que os trabalhadores, funciona a serviço dos interesses dos capitalistas e usa de seu autoritarismo para avançar na retirada de direitos e na aprovação da reforma da previdência.

Pela injustiça dessa e as demais leis que garantem seus privilégios, nós do Esquerda Diário lutamos por uma Assembleia Constituinte imposta pela força da mobilização dos trabalhadores e da juventude, que possa reverter todas as reformas aprovadas, e impor que todo político e juiz ganhe o mesmo salário de uma professora.
Lutamos também pela construção de uma nova greve geral contra a reforma da previdência e pelo direito democrático do povo escolher em que pode votar, exingido que a CUT, a CTB e as demais centrais sindicais saiam do imobilismo e cumpram seu papel, organizando um plano de lutas urgente e construindo a greve pela base, através de assembleias democráticas com a participação dos trabalhadores.