De janeiro até abril, grande parte das empresas não deu nenhum reajuste salarial, ou deu abaixo da inflação calculada “no” Índice Nacional de Preços do Consumidor. São muitas empresas e órgãos públicos que simplesmente não deram nenhum reajuste (a prefeitura do Rio de Janeiro é uma delas).

Segundo dados do Ministério de Trabalho e Previdência acessados pelo Dieese, dentre as empresas que negociaram algum tipo de reajuste salarial, 4 em cada 10 ofereceram um índice abaixo do INPC, 40,8% das negociações salariais. Em abril, somente 8% das negociações salariais superou o índice o INPC.

E isso que nestes dados não estão contabilizados ainda os reajustes de anos anteriores que foram, também, abaixo das inflações. Cada categoria de trabalhador tem a sua história de como teve o salário roubado pela patronal, e o cálculo do que a inflação corroeu nas suas condições de vida. Os pisos salarias revelam o estado em que se encontra a classe trabalhadora: o maior piso médio é o do comércio, de R$ 1.481,54, e o pior é o da indústria, de R$ 1.380,19.

A única forma de parar esse roubo é apoiando as mobilizações dos trabalhadores, como está sendo com a luta da CSN, como na fábrica da Chery. A solução é ferir o lucro patronal com uma lei que obrigue o reajuste imediato no mesmo momento em que a inflação atinge o poder de compra. Um gatilho automático de reajuste dos salários de acordo com a inflação.