O debate deste domingo (28) foi marcado por um show de demagogia por todos os candidatos presentes, que representavam nada mais do que o conjunto dos interesses capitalistas, desde o empresariado financeiro até o agronegócio. Lembremos que qualquer política de esquerda independente do PT, desde o início, foi vetada com a falta de participação dos candidatos de esquerda, como Vera Lúcia, candidata do PSTU pelo Polo Socialista Revolucionário, Sofia Manzano pelo PCB e Leonardo Péricles pela UP

Dentre os horrores, um dos destaques foi a esteira de mentiras e falsificações acerca da situação do país por Bolsonaro

Bolsonaro perfilou, no debate, uma série de falácias, falando em recuperação das estatais, crescimento do país, escolha de ministros por quesitos técnicos e chegando a negar os números da situação de fome brutal que atravessa o Brasil sob sua gestão reacionária

Bolsonaro ainda protagonizou um ataque misógino à jornalista Vera Magalhães, logo em seguida, fazendo demagogia justamente com a "defesa da mulher em seu mandato". O debate ficou tão marcado pelo direitismo que a demagogia do feminismo liberal de Tebet e Thronicke, mulheres que defendem os proprietários mais reacionários do país, fingiu "combater Bolsonaro". Ficou claro que somente um feminismo socialista e revolucionário, ausente do debate, poderia enfrentar a extrema direita, uma vez que o PT rifou os direitos das mulheres às cúpulas evangélicas durantes esu governos.

Lula, por sua vez, se reservou a enaltecer seus mandatos anteriores, sem se enfrentar diretamente com o governo Bolsonaro e suas atrocidades, como as reformas e a precarização trabalhista em geral, fazendo coro com o capital e o agronegócio, falando em melhores condições para o povo mas sem tocar em nenhum dos ataques que a burguesia descarregou nas costas dos trabalhadores durante o governo Bolsonaro e a pandemia. Com direito a exaltar, ao final, ainda, seu vice de direita Geraldo Alckmin, elogiando sua experiência como governador de SP. Governo este que massacrou os professores, trabalhadores, pobres, chacinou a juventude periférica e patrolou com as privatizações no estado

Ciro Gomes tentou se sobressair a polarização de Lula e Bolsonaro, atacando os dois mas se juntando aos demais representantes da política burguesa, trocando respostas conjuntas com o liberal Felipe D’Avila, além de fazer demagogia, especialmente, sobre educação, se colocando a favor de medidas e ataques que precarizam a educação do país. Felipe D’Avila que abordou o tema, é também do mesmo partido que o governador Zema, que atacou brutalmente os professores em MG

Felipe D’Avilla foi uma das representações do que há de pior da política neoliberal, com uma obsessão pela privatização e reivindicando justamente o governo Zema, que sucateou os educadores enquanto dava benesses aos burgueses e expandia seu patrimônio. Repetia todas as platitudes liberais de Paulo Guedes, e as políticas econômicas liberais que afundaram a economia no atraso e na dependência.

Ainda tivemos Simone Tebet e Soraya Thronicke que falaram, dentre outras coisas, sobre a situação das mulheres, da crise e do SUS, com cinismo ímpar. Lembrando que Simone (MDB) é justamente do partido que foi motor do golpe de 2016 com Temer e que foi fundamental pra atacar a saúde e, sobretudo, a vida das mulheres. Soraya (União Brasil), se alavancou justamente na cola da política reacionária de extrema direita de Bolsonaro, que ataca as mulheres, os trabalhadores e a saúde.

Por fim, fica as impressões de um debate nivelado pela direita, pela mídia burguesa, onde a esquerda teve participação vetada e quem ganhou foram os setores exploradores do agro e do capital financeiro