O ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou hoje ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a proposta de reformulação das regras de tributação do Imposto de Renda de empresas e pessoas físicas.

O governo Bolsonaro faz grande alarde do aumento da faixa de isenção, que passará dos R$ 1,9 mil atuais para meros R$ 2,5 mil. Uma demagogia para desviar atenção da preservação das grandes fortunas, cuja tributação segue bastante aquém do que deveria, reafirmando o caráter regressivo do sistema tributário brasileiro de conjunto.

O governo não deverá dar o mesmo índice de correção do limite de isenção para as demais faixas do IRPF. Hoje, elas são de 7,5% (para ganhos entre R$ 1,9 mil e R$ 2,8 mil), 15% (de R$ 2,8 mil a R$ 3,7 mil), 22,5% (de R$ 3,7 mil a R$ 4,6 mil) e 27,5% (acima de R$ 4,6 mil). A última correção da tabela foi em 2015.

Enquanto isso milionários e bilionários que tem rendimento muito acima dos R$ 4,6 mil, pagam o mesmo percentual de 27,5%. Num momento em que a pandemia aumenta o fosso entre as classes no país, a taxação das grandes fortunas deveria ser uma medida elementar para impedir que enquanto milhares são jogados a fome, a quantidade de super ricos no país siga crescendo.

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Além disso, o[Quantos leitos e kits de teste do coronavírus poderiam ser pagos com as grandes fortunas?
governo vai reduzir também em 5 pontos a taxação do IR das empresas, que deve cair de 25% para 22,5%, em 2022, e para 20% em 2023. Ou seja, enormes benefícios para as empresas e os super ricos enquanto os trabalhadores ficam com as migalhas.

Como comparação veja aqui o que poderia ser feito com o aumento da taxação apenas das 20 maiores fortunas do país: 3 bilhões de kits de testes para o corona vírus; 900 mil novos leitos de UTI; 24 vezes o valor que o governo destinou ao SUS para lidar com a crise.

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Com informações são do jornal O Estado de S. Paulo.