A declaração de Edemir Pinto mostra não só o carácter golpista da BM&F Bovespa, mas também a quem o golpe está interessando e quem são os agentes dele, escancara mais uma vez, para aqueles que insistem em dizer que não foi golpe, que abre-se um novo período sim, mas de ataques ainda mais duros e profundos do que os que já vinham sendo desferidos pelo governo do PT.

No Brasil, marcado pelo desemprego de mais de 10%, com quatro trimestres de quedas no PIB, inflação de mais de 10,67% , atingindo o maior nível desde 2002, a saída para resolver a crise econômica é, para o mercado financeiro, ajuste fiscal e reformas estruturais. No governo interino de Michel Temer, já vinhamos provando o que o governo golpista pretende realizar para favorecer os interesses do Imperialismo, dos banqueiros e empresários à revelia dos direitos dos trabalhadores e da população.

O atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, um nome do mercado financeiro, já havia anunciado que o governo interino iria realizar reformas trabalhistas, com os direitos dos trabalhadores sendo acordados com os patrões e não necessariamente resguardados pelas leis, as reformas na previdência, com retirada da diferenciação da idade de homens e mulheres para a aposentadoria e diminuição da idade mínima, regulamentação da terceirização, e cortes mais profundos nos direitos básicos da população, como saúde e educação, como mostrou o fim do programa de combate ao analfabetismo anunciado essa semana, ou seja, diminuição dos gastos públicos e reformas que vão alterar os direitos do trabalho, tudo aquilo que os golpistas querem para aprofundar ainda mais os ataques, jogando a conta da crise aos trabalhadores e à juventude.

Além da BM&F Bovespa, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) desejou, uma “administração exitosa” ao governo golpista, o presidente do Santander declarou “que é chegada a hora de um pacto pela retomada do crescimento econômico e da geração de empregos no País após o fim do impeachment” e o presidente do Itau também saudou o golpe dizendo que espera que o governo encaminhe as reformas necessárias ao Congresso Nacional. O Mercado financeiro golpista quer lucrar ainda mais às custas da precarização da vida e dos direitos dos trabalhadores, como é o objetivo do golpe, mas é preciso resistir aos ataques que a nós estão sendo desferidos, e lutar nas ruas, por uma nova constituinte livre e soberana imposta pela luta daqueles que estão cansados de pagar a conta da crise criada pelos patrões.