Em meio a protestos de trabalhadores e jovens em todo o país contra a reforma da previdência do golpista Temer, a Câmara dos Deputados poderá encaminhar a votação da PEC 395/14, que permite às universidades públicas cobrarem pelos cursos de pós-graduação latu-sensu, exceto mestrado profissional. A discussão sobre o projeto já foi encerrada em março do ano passado, e esta votação será o segundo turno.

Se aprovado, o projeto será mais um passo no sentido de ir encerrando aos poucos o funcionamento das universidades públicas, entregando-as à gestão privada ou então permitindo que uma minoria de burocratas que tomam as decisões nas universidades sem sequer ser eleitos pelo voto direito, decidirem que pode ou não ter acesso à pós-graduação, pela via da cobrança da mensalidade.

Não à toa a preferência dos deputados para que a votação aconteça na surdina: enquanto um punhado de deputados aliados à meia dúzia de burocratas acadêmicos e reitores, todos estes com altíssimos salários, decidem que a saída para a crise da universidade pública é começar por expulsar os estudantes da pós mediante cobrança de mensalidade, estes mesmos estudantes poderiam estar questionando se a saída não deveria ser cortar dos altos salários da burocracia universitária e dos políticos que vivem a vida de burgueses.

Pretendem aos poucos acabar com a Universidade pública, primeiro com a PEC 241 – 55, e também com cortes nas estaduais como a UERJ que está fechada por falta de verbas e a USP que enfrenta um programa de demissão em massa e fechamento de unidades e o Reitor Zago que mandou a PM reprimir que se manifestasse contra. Enquanto isso, mais da metade do orçamento da União vai para pagar a dívida pública, e é em nome de manter este sistema de enriquecimento dos bancos e sucateamento da educação e saúde.

Mas os estudantes das universidades públicas podem encontrar um forte apoio em aliança com os trabalhadores que hoje fazem uma importante demonstração de força contra a reforma da previdência. Esta aliança pode impor que as centrais sindicais (CUT, CTB, Força Sindical), que chamaram a paralisação de hoje por pressão dos trabalhadores, coloquem em prática um verdadeiro plano de luta para barrar todos os ataques de Temer em aliança com os governos estaduais.