A fiscalização das oficinas que forneciam peças para a Animale, que ocorreu em setembro deste ano, constataram trabalho análogo ao escravo devido às jornadas exaustivas e às condições degradantes.

Imigrantes bolivianos recebiam, em média, R$ 5 para costurar peças de roupa vendidas por até R$ 600,00 em lojas da Animale. Trabalhavam no mesmo local em que durmiam, alem de terem que conviver com pessimas condições de higiene e segurança.

Alem dos 10 bolivianos, 5 homens e 5 mulheres, ainda havia 5 crianças no local em que conviviam no meio das maquinas de costura com botijão de gas proximo, fios eletricos expostos e pilhas de roupas, o que tornava ainda mais perigoso o ambiente para um possivel acidente.

Em todas as oficinas os costureiros trabalhavam em jornadas acima dos limites legais, chegando ao caso, em uma das oficinas, de trabalharem das 7 h às 21 h, com apenas 1 hora de descanso. As longas jornadas eram produto do sistema de remuneração por produção, que faz com que o trabalhador seja obrigado a trabalhar longas horas para conseguir uma remuneração mínima.

Diversas marcas de roupas famosas tem processos e denuncias por uso de trabalho análogo a escravidão.

Veja aqui: "Conheça 9 marcas famosas envolvidas com trabalho escravo"

A escravidão é analoga ao governo Temer

Como parte dos ajustes do governo Temer para salvar os capitalistas e debitar na conta dos trabalhadores a crise, foram reduzidos os recursos destinados ao combate ao trabalho escravo no país. Neste ano ja se percebe uma grande redução dos numeros de ações de inspeção do trabalho escravo, como pode ser visto aqui.

Como se não bastasse a Reforma Trabalhista e da Previdência que nos quer fazer trabalhar até morrer, o trabalho escravo existente no país agora será facilitado. As intenções de Temer e sua laia ruralista estão evidentes e a necessidade de tê-los como inimigos em defesa dos trabalhadores, povo pobre e setores oprimidos também.