Poucos minutos antes daquela ação absurda e desproporcional da polícia, eu estava sentada numa toalha de piquenique conversando com minhas colegas da creche e comendo biscoito, e ao meu redor havia uma meia dúzia de crianças brincando. Fomos pegas de surpresa pela transformação do ato em um cenário de guerra. Então, algum tempo depois das primeiras bombas de gás e fumaça serem jogadas olhei através das grades na direção da entrada da reitoria e vi uma amiga sendo arrastada e espancada nos braços e no rosto pela polícia - ela estava totalmente rendida, deitada com os braços pra trás e o rosto colado no chão - entrei em desespero! Naquele momento entendi o papel daquelas policiais mulheres na repressão da voz feminina na luta social.

Carolina Natalia Perrella, trabalhadora da Creche